Aqui você já entra aprendendo, o feminino de sommelier é sommelière, então não estranhe o nome do blog e nem pense que está errado!
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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

NOVA I.P. DE FARROUPILHA! Em breve!

Essa notícia vem em excelente momento já que a uva Moscato Branco cultivada em Farroupilha foi confirmada como variedade unica e singular pelo ampelógrafo francês Jean-Michel Boursiquot, da Universidade SupAgro, de Montpellier (França), mundialmente conhecido por ter redescoberto no Chile a variedade Carmenère.
As características dos moscatéis elaborados em Farroupilha ha anos se destacam dos demais elaborados no Brasil. A confirmação da hipótese certamente ampliará o interesse pelos vinhos moscatéis elaborados em Farroupilha, fortalecendo os conceitos de tipicidade e qualidade associados a essa origem, que são os elementos de base no processo de desenvolvimento da IP.
A hipótese da originalidade surgiu a partir da observação antiga de que a Moscato Branco cultivada em terras brasileiras se distinguia das uvas moscatéis cultivadas na Europa. Os primeiros resultados indicam que a suspeita é verdadeira, e que a variedade seja realmente exclusiva. A experiência de Boursiquot, conjugada ao trabalho dos pesquisadores da Embrapa, tornou possível a comparação, sem encontrar um par idêntico, entre amostras da Moscato Branco cultivada no Brasil e de uvas Moscato existentes em amplas coleções dos bancos genéticos de uva brasileiro e francês. Os estudos seguem, buscando-se mapear a origem e estabelecer a paternidade dessa cultivar, com a expectativa de que, em breve, possa-se conhecer que tipo de uva, afinal, ela é.
A solicitação da Indicação de Procedência (IP) para os espumantes moscatéis produzidos na região da Farroupilha, no Rio Grande do Sul, foi feita pela Associação Farroupilhense de Produtores de Vinhos, Espumantes, Sucos e Derivados (Afavin)  na Sede do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), em Porto Alegre, no último dia 25 de julho. 
A solicitação formal da IP exigiu a entrega de um dossiê detalhado com a delimitação geográfica, a caracterização da vitivinicultura (vinhedos e vinícolas), os processos de produção, as características de qualidade química e sensorial dos vinhos e o reconhecimento histórico da região como produtora de vinhos moscatéis. Além disso, o documento conta com Regulamento de Uso da IP, estabelecendo os processos de produção exclusivos e obrigatórios, bem como o plano de controle e certificação dos vinhos qualificados.
Para o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho e coordenador técnico do projeto, Jorge Tonietto, o grande diferencial desta Indicação é que a área delimitada corresponde à tradicional região produtora de uvas moscatéis da Serra Gaúcha, responsável por abranger a maior concentração dessa variedade no país. “A conquista da Indicação pela Afavin irá possibilitar que centenas de produtores e dezenas de vinícolas estabelecidos dentro da região delimitada possam elaborar moscatéis espumantes, frisantes e vinhos tranquilos, que expressam a originalidade do terroir desta região”, destaca.
Para que os produtores da região recebam a certificação, precisarão passar por criteriosos processos de produção e de elaboração dos vinhos segundo o estabelecido no Regulamento de Uso desenvolvido especialmente para os vinhos da IP Farroupilha. Para o presidente do conselho técnico da Afavin, João Carlos Taffarel, a solicitação marca o fim de um importante processo. “Com a entrega da documentação desse projeto tão focado, temos a iminência do reconhecimento oficial como indicação de procedência”, salienta.
As atividades em busca da certificação começaram em 2005, com a criação da Afavin. Na sequência, diversas ações foram desenvolvidas, mas a iniciativa ganhou força no ano de 2009 com a aprovação do projeto de Desenvolvimento da Indicação Geográfica, sob a coordenação da Embrapa Uva e Vinho.
Assim que a IP Farroupilha for aprovado pelo INPI, o Brasil terá cinco Indicações Geográficas de Vinhos Finos: IP Vale dos Vinhedos (2002) – DO em 2012, IP Pinto Bandeira (2010), IP Altos Montes (2012), IP Monte Belo (2013). Todas receberam a orientação e o acompanhamento da Embrapa Uva e Vinho.
FONTE: Revista Adega e Site Rural BR

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