Aqui você já entra aprendendo, o feminino de sommelier é sommelière, então não estranhe o nome do blog e nem pense que está errado!
Resolvi criar esse blog como uma maneira de dividir informações preciosas com apaixonados pela arte de Bacco. Aqui vocês encontraram alguns textos meus e outros que eu garimpo por ai e julgo itneressantes para dividir com vocês!
Entre. leia, se apaixone e fique a vontade, a casa é sua!

domingo, 31 de janeiro de 2016

O VINHO DOS MORTOS - Morbidez ou Tradição?



Portugal sempre nos surpreendendo..... dessa vez a região de Boticas em  Trás-os-Montes, obusca certificação de um vinho que ficou conhecido como Vinho dos Mortos. Os vinhos da região já são reconhcedios desde 2001 como pela legislação como Vinho Regional Transmontano, porem uma adega local busca o reconhecimento de seu vinho e a certificação de Vinho dos Mortos por elaborar o vinho conforme tradição milenar oriumnda de 1808 época  em que as tropas francesas, comandadas pelo general Soult, invadiram pela segunda vez Portugal. Quando os franceses invadiram a região, o povo, com medo que estes lhes pilhassem  os seus outros bens, escondeu o que conseguiu, uma das melhores formas era enterrar o que conseguição, portanto o vinho foi enterrado no chão das adegas, no saibro, debaixo das pipas e dos lagares. Mais tarde, depois dos franceses terem sido expulsos, os habitantes recuperaram as suas casas e os bens que restaram. Ao desenterrarem o vinho, descobriram com surpresa que o mesmo estava muito mais saboroso, pois tinha adquirido propriedades novas. A bebida das garrafas estava com cor e sabor “bouquet” ainda melhor, um vinho com graduação de 10º/11º, que tinha, então, uma gaseificação natural em função da temperatura constante e da escuridão.  Por ter sido “enterrado” ficou a designar-se por “Vinho dos Mortos” e passou a utilizar-se esta técnica, descoberta ocasionalmente, para melhor o conservar e otimizar a sua qualidade. Assim, nasceu uma tradição de “enterrar” o vinho pelo menos durante um ano, que se foi transmitindo de geração em geração.
As uvas encontradas em Vinho DOS Mortos são: Alvarelho, Bastardo, Malvasia Fina, Tinta Carvalha e Tinta Coimbra.  Alvarelho e Malvasia são uvas brancas, mas o vinho final é um tinto de corpo leve e alta acidez.
Geralmente, o vinho termina em um nível baixo de álcool por causa do clima do norte de Portugal e do medo do mau tempo na colheita.

Hoje, o Sr. Armindo Sousa Pereira, de Boticas, no distrito de Vila Real, é o único produtor registado oficialmente para comercializar o "Vinho dos Mortos" .O produtor  elabora cerca de 6.500 garrafas por safra que ficam enterradas por cerca de 01 ano e garante que são todas vendidas regionalmente.
Armindo Sousa Pereira não pensa, no momento, na exportação direta porque não tem quantidade suficiente para aumentar sua produção. Tudo o que produz consegue vender em Portugal e dessa forma visa "obrigar" os turistas a virem a Boticas descobrir seu vinho impar
Antenado nessa estranha tradição um produtor luso-brasileiro de São Roque-SP,  a Quinta do Olivardo, resolveu fazer o seu próprio Vinho dos Mortos. A principio junto aos parreiras da vinícola foram enterrados 06 lotes, com 60 garrafas cada. Agora, mensalmente, no terceiro sábado, é realizado o jantar alusivo ao vinho dos mortos, onde os visitantes e clientes da adega e restaurante são convidados a participar do cerimônia de desenterro das garrafas de vinho. Também é dada a oportunidade ao turista de vivenciar essa tradição, enterrando a sua própria garrafa, devidamente rotulada e identificada. Os vinhos ficam enterrados por 06 meses, e a cada novo enterro é desenterrado e consumido um lote de 06 meses atrás.
Os vinhos enterrados são produzidos na própria vinícola que tem uma produção artesanal, que gira em torno de 20 mil litros/ano, sendo integralmente comercializados na adega e servidos no restaurante.
Maiores informações da Quinta do Olivardo ligue (11) 4711-1100 .


MATERIA DE MINHA AUTORIA PUBLICADA NA REVISTA BEM MAIS