Aqui você já entra aprendendo, o feminino de sommelier é sommelière, então não estranhe o nome do blog e nem pense que está errado!
Resolvi criar esse blog como uma maneira de dividir informações preciosas com apaixonados pela arte de Bacco. Aqui vocês encontraram alguns textos meus e outros que eu garimpo por ai e julgo itneressantes para dividir com vocês!
Entre. leia, se apaixone e fique a vontade, a casa é sua!

sábado, 16 de novembro de 2013

A profissão de sommelier


Publicada na Revista BEM MAIS OSASCO - Novembro 2013

O termo sommelier origina-se de somme/sommier, em provençal saumalier, isto é, o responsável pelos animais de carga, os bois que puxavam os carros usados no transporte de comida e bebida. Em resumo, o carroceiro dos castelos e palácios, que, por transportar as pipas de vinho, acabou sendo incumbido de provar seu conteúdo antes que fosse servido aos Reis e nobres, para evitar tentativas de envenenamentos durante o transporte.
Quando da popularização dos restaurantes em Paris, no final do séc. XVIII, convencionou-se que quem trazia ou transportava o vinho ficava com a obrigação de prová-lo, não só pelo motivo exposto Ac ima, mas também para garantir se o produto era de boa qualidade.
Assim, paulatinamente, nasceu a profissão como é conhecida hoje; o Sommelier é responsável pela escolha, compra, recebimento, guarda e pela prova do vinho antes que seja servido ao cliente.
O sommelier é o profissional que desempenha suas funções em restaurantes é conhecido como "o maitre das bebidas e dos charutos". Ou seja, o sommelier deve conhecer, para poder orientar seu cliente, sobre todo tipo de bebida, desde água, café, chás e muito especialmente bebidas alcoólicas. Atualmente, com o advento da fase dos charutos, voltou a fazer parte de suas atribuições.
A imagem do sommelier esta mudando. Se, durante muitos anos ele foi alguém que conhecia vinhos e sabia servi-los a perfeição, hoje lhe são exigidos habilidades e conhecimentos mais profundos e diversificados.
O serviço do vinho ainda é o aspecto mais fascinante dessa atividade, pois permite ao sommelier mostrar suas qualidades profissionais e também humanas.
Hoje é cada vez mais importante que o sommelier saiba criar e atualizar a carta de vinhos, fazer boas aquisições, administrar bem uma adega e controlar as finanças e o marketing da empresa para a qual trabalha.
Embora a experiência seja imprescindível, o sommelier nunca deve esquecer de que a informação atualizada é fundamental. A  profissão de sommelier exige estudo ininterrupto, pois ao se mudar a safra muda-se tudo. É indispensável que o profissional  tenha pleno conhecimento de Geografia, Historia e esteja sempre informado sobre o clima nas diversas regiões vitivinicolas.
Recentemente a profissão foi regulamentada no Brasil, através da Lei 12.467, de 26 de agosto de 2011, reconhecendo a importância desse profissional no setor de alimentos e bebidas. As mudanças virão mais a longo prazo. A regulamentação deve contribuir para a valorização da profissão, o que provavelmente trará maiores salários e benefícios, mas com a contrapartida de maior exigência em relação à formação profissional e a cursos complementares (conhecimento de idiomas, por exemplo), como já ocorre na Europa e nos Estados Unidos.
Para seguir nessa profissão que está em ampla ascensão é necessário gostar de atender o público, ser um apaixonado pelo vinho, ter humildade e determinação para seguir aprendendo, sempre. Com relação aos cursos, nos últimos anos houve grande crescimento na oferta, infelizmente nem sempre acompanhado pela melhora na qualidade do ensino, que continua sendo privilégio de poucas entidades e instituições reconhecidas como referências na área.

A ABS São Paulo é, hoje, uma das mais respeitadas, destacando-se por oferecer uma formação profissionalizante completa, desenvolvida tendo em vista a realidade do mercado brasileiro e as qualificações que se espera de um verdadeiro Sommelier. A ABS-SP oferece uma grade completa de cursos de formação e de especialização, ministrados por profissionais altamente qualificados, entre os quais alguns dos sommeliers mais respeitados em atividade no mercado, com muitos anos de experiência na área.

Fontes:
·         Site da ABS-SP

·         Livro:  Sommelier, a profissão do futuro.

OS VINHOS MAIS CAROS DO MUNDO

A ser publicado na revista BEM MAIS OSASCO - DEZEMBRO 2013

Desde sua criação o vinho sempre foi um produto nobre, destinado a poucos e desejado por muitos.  O vinho sempre carregou consigo um ar de realeza, luxo e ostentação.
Por conta disso é que temos hoje vinhos que são verdadeiras joias, que custam pequenas fortunas por uma só garrafa.  Parafraseando Robert Parker eu acredito que nenhum vinho deveria custar mais de US$ 100 , o que passar disso é pura especulação, porque então temos vinhos que passam da casa dos US$ 1.000? A resposta é uma só: Lei da oferta e da procura”.
Em meados da década de 80, o bilionário Malcolm Forbes pagou, num leilão, US$ 155.000 por uma garrafa de vinho. A garrafa continha um vinho de 1787 que, segundo diziam, pertencia à adega do presidente Thomas Jefferson (um grande amante de vinhos de Bordeaux). A garrafa foi colocada em demonstração, na posição vertical e sob um forte foco de luz. A rolha secou, caiu para dentro e o vinho perdeu-se.
Resumidamente, vinhos caros são elaborados apenas em safras  excepcionais, feitos a partir de processos rigorosamente definidos e sempre em pequena quantidade, inevitavelmente são capazes de resistir ao tempo, impreterivelmente reconhecidos e aclamados por críticos no mundo todo e  feitos por produtores de grande renome e tradição.
Veja abaixo alguns casos dos vinhos mais caros do mundo com seu preço aproximado em reais. “ cotação 2003 “.

ROMANÉE-CONTI (TINTO)
Região: França- Borgonha
Uvas: Pinot Noir
Preço aproximado: R$ 30.000,00
Sem dúvida, a Domaine de la Romaneé-Conti é a propriedade mais famosa da Borgonha. Em uma parcela de 1,8 hectare, se produz apenas 6 mil garrafas do famoso La Romaneé-Conti a cada safra. O vinho é marcado por elegância e sedosidade e está entre os mais procurados e desejados do mundo.

PÉTRUS (TINTO)
Região:  França- Bordeaux
Uvas:  Merlot (predominante) , Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc
Preço aproximado: R$ 18.000,00 
Produzido em Pomerol, o Pétrus é um dos tintos lendários de Bordeaux, ainda que não seja um Premier Grand Cru (não existe classificação oficial para os vinhos do Pomerol). O vinho apresenta potência, volume e taninos firmes, mas elegantes. Ele se tornou especialmente conhecido depois que a Rainha Elizabeth II se encantou com o vinho e ele foi servido em seu casamento e em sua coroação.

CHÂTEAU MOUTON ROTHSCHILD (TINTO)
Região: França-Bordeaux
Uvas: Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Merlot
Preço aproximado: R$ 15.000,00 
Desde o fim da II Guerra Mundial, os rótulos desse Premier Grand Cru são marcados por obras originais de artistas contemporâneos, convidados especialmente pela vinícola. Nomes como Salvador Dalí (1958), Joan Miró (1969), Marc Chagall (1970), Pablo Picasso (1973) e Andy Warhol (1975) já adornaram suas garrafas.


 CHÂTEAU LATOUR
Região: França-Bordeaux
Uvas: Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc
Preço aproximado: R$ 6.000,00 
Também um Premier Grand Cru, Latour tem o perfil clássico característico dos tintos da região de Pauillac, considerado por muitos o mais potente dos cinco Grand Crus. Uma garrafa magnum da safra de 1961, por exemplo, já foi vendida por US$ 62 mil. Uma curiosidade: por volta do século XVII, Lafite, Mouton e Latour pertenceram a um mesmo dono, o Marquês de Segur, dito "Príncipe dos Vinhos".

CHÂTEAU MARGAUX (TINTO)
Região: França-Bordeaux
Uvas:  Cabernet Sauvignon,  Merlot, Petit Verdot e Cabernet Franc
Preço aproximado: R$ 5.000,00
Junto com o Château Lafite, Margaux é o mais estiloso e aristocrático dos Premières Grand Crus. Poderoso e elegante, sua estrutura lhe garante grande longevidade. Gioacchino Rossini, um dos mais famosos compositores italianos de ópera chegou a compor uma canção em homenagem a este vinho.

CHÂTEAU CHEVAL BLANC (TINTO)
Região: França-Bordeaux
Uvas: Cabernet Franc e Merlot
Preço aproximado: R$ 5.000,00
Sem dúvida, um dos mais profundos vinhos de Bordeaux, classificado como PremierGrand Cru Classé A da região de Saint-Émilion. Cepas: Cabernet Franc e Merlot. Ganhou mais notoriedade no filme "Sideways" e também em "Ratatouille". Uma garrafa de 6 litros já foi vendida por mais de US$ 300 mil em leilão recente.

CHÂTEAU LAFITE ROTHSCHILD (TINTO)
Região: França- Bordeaux
Uvas:  Merlot, Petit verdot e Cabernet Franc
Preço aproximado: R$ 3.500.00
Classificado como o primeiro dos Premières Grand Crus em 1855, a pequena e elegante vinícola é sinônimo de riqueza, prestígio, história, respeito e é conhecida por produzir vinhos de notável longevidade. Uma garrafa de 1787 deste vinho já foi leiloada por US$ 160 mil.

CHÂTEAU HAUT-BRION (TINTO)
 Região: França-Bordeaux
Uvas: Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon
Preço aproximado: R$ 3.000.00
Haut-Brion é uma das mais antigas vinícolas de Bordeaux, com as primeiras referências datando de 1423. Único vinho fora da região de Médoc (fica em Graves), em Bordeaux, classificado como Premier Grand Cru em 1855. Considerado por diversos críticos como o melhor vinho dentre os cinco Premier Cru.

CHÂTEAU D'YQUEM (BRANCO DOCE)
 Região: França-Bordeaux
Uvas: Sauvignon Blanc
Preço aproximado: R$ 3.000.00
Indiscutivelmente, o melhor vinho doce da França. Rico, potente e exótico. Celebrado por escritores como Vladmir Nabokov, Fiodor Dostoievski, Marcel Proust, Júlio Verne, Alexandre Dumas Filho, etc. Produzido na sub-região de Sauternes, em Bordeaux, as uvas utilizadas na produção desse Premier Cru Supérieur são colhidas seletivamente, por vezes, uma a uma, sendo usadas apenas aquelas afetadas pela Botrytis cinerea.


A pergunta que não quer calar: Valem o que custam?  Particularmente posso falar do Chateaux Mouton Rotchileld safra 1975 (avaliado na época em cerca de US$ 7.500) que meu avôdrasto abriu só para nós dois..... a experiência de tomar um vinho somente um ano mais novo que eu e com um homem que eu admirava demais foi fantástica.... o vinho deixou saudades, lembranças, mas falando francamente e gustativamente não foi  o melhor vinho de minha vida, foi sim o mais inesquecível! E acho que isso que dá o valor ao vinho o fato dele marcar a sua alma e não ser esquecido jamais!

FONTE: Revista Adega