Aqui você já entra aprendendo, o feminino de sommelier é sommelière, então não estranhe o nome do blog e nem pense que está errado!
Resolvi criar esse blog como uma maneira de dividir informações preciosas com apaixonados pela arte de Bacco. Aqui vocês encontraram alguns textos meus e outros que eu garimpo por ai e julgo itneressantes para dividir com vocês!
Entre. leia, se apaixone e fique a vontade, a casa é sua!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

PEREZ CRUZ - UM CORTE INUSITADO

 


Uma de minhas vinícolas preferida no Chile, os vinhos da Pèrez Cruz sempre surpreendem pela qualidade e ousadia. Em mesclas inusitadas como essa a sensação de "deliciamento" é ainda maior. Mesclar em um mesmo vinho um ícone de cada país é certamente uma ousadia e uma ousadia deliciosa!

Nariz apresenta frutas vermelhas maduras, mescladas a uma certa especiaria... noz moscada.

Na boca se apresenta bem macio e extremamente integrado, com taninos doces e aveludados. A  acidez não é tão evidente mas esta bem equilibrada aos taninos. Conjunto final harmônico e extremamente agradável.


FICHA TÉCNICA

Uva
Carménère (50.00%), Malbec (50.00%)
País - Região
Chile - Valle del Maipo
Classificação
Seco
Vinícola
Pérez Cruz
Safra
2019
Amadurecimento
12 meses em barricas de carvalho (60%) americano e (40%) francês.
Teor Alcoólico
14.00% ABV
Temperatura de serviço
15 °C
Potencial de guarda
6 anos




domingo, 25 de junho de 2023

VINHO DOS MORTOS – Morbidez ou tradição?

 




Portugal sempre nos surpreendendo..... dessa vez a região de Boticas em Trás-os-Montes,

obusca certificação de um vinho que ficou conhecido como Vinho dos Mortos. Os vinhos da

região já são reconhcedios desde 2001 como pela legislação como Vinho Regional

Transmontano, porem uma adega local busca o reconhecimento de seu vinho e a certificação

de Vinho dos Mortos por elaborar o vinho conforme tradição milenar oriumnda de 1808 época

em que as tropas francesas, comandadas pelo general Soult, invadiram pela segunda vez

Portugal. Quando os franceses invadiram a região, o povo, com medo que estes lhes

pilhassem os seus outros bens, escondeu o que conseguiu, uma das melhores formas era

enterrar o que conseguição, portanto o vinho foi enterrado no chão das adegas, no saibro,

debaixo das pipas e dos lagares. Mais tarde, depois dos franceses terem sido expulsos, os

habitantes recuperaram as suas casas e os bens que restaram. Ao desenterrarem o vinho,

descobriram com surpresa que o mesmo estava muito mais saboroso, pois tinha adquirido

propriedades novas. A bebida das garrafas estava com cor e sabor “bouquet” ainda melhor, um

vinho com graduação de 10o/11o, que tinha, então, uma gaseificação natural em função da

temperatura constante e da escuridão. Por ter sido “enterrado” ficou a designar-se por “Vinho

dos Mortos” e passou a utilizar-se esta técnica, descoberta ocasionalmente, para melhor o

conservar e otimizar a sua qualidade. Assim, nasceu uma tradição de “enterrar” o vinho pelo

menos durante um ano, que se foi transmitindo de geração em geração.

As uvas encontradas em Vinho DOS Mortos são: Alvarelho, Bastardo, Malvasia Fina, Tinta

Carvalha e Tinta Coimbra. Alvarelho e Malvasia são uvas brancas, mas o vinho final é um tinto

de corpo leve e alta acidez.

Geralmente, o vinho termina em um nível baixo de álcool por causa do clima do norte de

Portugal e do medo do mau tempo na colheita.

Hoje, o Sr. Armindo Sousa Pereira, de Boticas, no distrito de Vila Real, é o único produtor

registado oficialmente para comercializar o "Vinho dos Mortos" .O produtor elabora cerca de

6.500 garrafas por safra que ficam enterradas por cerca de 01 ano e garante que são todas

vendidas regionalmente.

Armindo Sousa Pereira não pensa, no momento, na exportação direta porque não tem

quantidade suficiente para aumentar sua produção. Tudo o que produz consegue vender em

Portugal e dessa forma visa "obrigar" os turistas a virem a Boticas descobrir seu vinho impar


Antenado nessa estranha tradição um produtor luso-brasileiro de São Roque-SP, a Quinta do

Olivardo, resolveu fazer o seu próprio Vinho dos Mortos. A principio junto aos parreiras da

vinícola foram enterrados 06 lotes, com 60 garrafas cada. Agora, mensalmente, no terceiro

sábado, é realizado o jantar alusivo ao vinho dos mortos, onde os visitantes e clientes da adega

e restaurante são convidados a participar do cerimônia de desenterro das garrafas de vinho.

Também é dada a oportunidade ao turista de vivenciar essa tradição, enterrando a sua própria

garrafa, devidamente rotulada e identificada. Os vinhos ficam enterrados por 06 meses, e a

cada novo enterro é desenterrado e consumido um lote de 06 meses atrás.

Os vinhos enterrados são produzidos na prórpia vinicola que tem uma produção artesanal, que

gira em torno de 20 mil litros/ano, sendo integralmente comercializados na adega e servidos no

restaurante.

Maiores informações ligue (11) 4711-1100 .

domingo, 30 de abril de 2023

CHARCUTARIA & VINHO: Essa combinação pode dar certo?



 Charcutaria é a arte e os processos de preparar produtos feitos à base de carne ou de miúdos de porco (afiambrados – ou frios, defumados, salgados, patês etc., além de toda sorte de embutidos); salsicharia.

 Conjunto dos produtos assim preparados (quer os de fabricação caseira, quer os industrializados)

 Estabelecimento onde se vendem ou consomem esses produtos e certos outros comestíveis finos

​Os embutidos cárneos frescos são aqueles onde o período de consumo varia de um a seis dias, obtidos a partir da mistura de carne crua e sem passar por tratamento térmico, como alguns tipos de linguiças. Outros embutidos cárneos são secos crus, como salames e pepperoni, submetidos ao processo de desidratação parcial para favorecer a conservação por tempo mais prolongado. Salsichas e mortadelas são embutidos emulsionados. Os cozidos são aqueles que sofrem processo de tratamento térmico, em estufa ou água, o suficiente para o cozimento e conservação sob refrigeração. O tratamento térmico também pode ser realizado com a defumação sob temperaturas mais elevadas. Incluem-se nesse grupo, a salsicha e a mortadela.

A praticidade é a base da combinação de vinho e charcutaria. Quem nunca quis simplesmente tomar um vinho sem a preocupação de fazer um prato especialmente para essa ocasião.

Um cuidado a se ter quando combinamos vinhos com embutidos é lembrar que sal ressalta taninos, então é importante sempre optar por tintos mais leves e também com alta acidez (que neutralizam a gordura normalmente presente neste tipo de alimento)

 Então vamos a essa enogastronomia de preguiçosos:

COPA:  Tintos e brancos com toques defumados. Vinhos tintos da uva Merlot, Pinotage ou Shiraz ou brancos da uva Riesling. 

LOMBO DEFUMADO: Vinhos brancos com acidez firme, como o Sauvignon Blanc, Chardonnay – Chablis de preferência, Riesling, Alvarinho (Albariño). Com o apimentado é preciso mais acidez como a Gewürtztraminer, Vermentino, Pinot Gris ou Grigio.

MORCELA (Branca ou Preta): Um perfumado Beaujolais Village ou jovem Tempranillo da Rioja que não passou por madeira. 

MORTADELAS: Espumantes e Champanhes Brut, tintos italianos leves como Morellino di Scansano, Sangiovese ou um Dolcetto d’Alba.

ROSBIFE: Vem do inglês “roast beef”, é um prato típico da culinária do Reino Unido constituído de um pedaço de carne de vaca mal assada, de modo a conservar interiormente a cor avermelhada. Pode ser industrializado  ou caseiro. O caseiro, por termos controle sobre o sal harmoniza com vinhos Pinot Noir, Merlot, vinhos italianos tintos encorpados das regiões do Piedmont (Barolo) ou Toscana (Brunello de Moltalcino), Malbec, Syrah / Shiraz. No industrializado podemos apostar em tintos mais leves e oriundos do Novo Mundo como Merlot, Pinot Noir e Cabernet Franc.

SALAMES: Pinot Noir médio ou encorpado, Côtes du Rhône, tintos do tipo “Rhône blend” (GMS – mistura das uvas Grenache, Mouvedre e Syrah) produzidos nos USA e Austrália, Cabernet Sauvignon de corpo médio, vinhos em cuja composição entram uvas Merlot ou Cabernet Franc, Shiraz australiano.

PASTRAMI: Carne supermacia, extremamente suculenta, desmancha na boca ao morder, símbolo número um das “delis” em Nova York tem origem semelhante ao da carne de sol brasileira. Carne bovina, normalmente peito de boi. Espumantes brut, Chianti Classico, Pinot Noir, Syrah, Petite Syrah, Zinfandel.

Um aparte especial ao PRESUNTOS!

São feitos da parte mais nobre e macia do porco, as pernas traseiras, o nosso popular pernil, seguramente a primeira carne suína que se conseguiu conservar. Basicamente, existem dois tipos de presunto: o cru e o cozido. Entretanto, dentro destas duas categorias há, em todo o mundo, inúmeros métodos e receitas para se preparar esta iguaria deliciosa, o que, na prática resulta em incontáveis variações de cor, textura, aroma, sabor e, naturalmente, de preço.

Mas um presunto é muito mais que uma questão de forma de preparo e receita. Ele é um produto de origem, de terroir, ou seja, resultado de uma conjunção de fatores que influem diretamente, e muito, no resultado obtido, tais como a raça do porco, a alimentação que ele recebe e a forma como é criado, as características próprias do local onde acontece a criação e a produção do presunto (como a altitude e o clima, por exemplo), o tipo de abate e o tempo que o produto demanda para ficar pronto, entre outros. É fruto, também, claro, dos saberes, tradições e aptidões de cada gente que o produz. Com tantas variáveis, natural que alguns presuntos tenham ganhado fama e ultrapassado fronteiras, tornando-se verdadeiros ícones da gastronomia de seus países de origem.


PRESUNTOS CRUS: Quais os mais famosos?

BÉLGICA: Jambon d’ArdennesO mais conhecido da Bélgica, é defumado e de cor marrom-escura, muito saboroso.Pode ser combinado com tintos mediamente estruturados e com passagem em barrica.

ESPANHA: 

Jamón IbéricoFeito de um porco nativo do sul e oeste da Espanha, é conhecido como pata-negra, em função das unhas escuras. Artesanal, é salgado, seco e envelhecido em condições naturais. Iguaria fina, tem a carne marmorizada de gordura. 

Jamón SerranoO termo é usado para todos os presuntos espanhóis produzidos nas regiões montanhosas do sul e do oeste do país, mas apenas de porcos brancos. São envelhecidos por um ano ou mais.

Os Jamóns em geral combinam perfeitamente com a maioria dos vinhos tintos do país (tempranillo e garnacha) e especialmente com um branco todos especial: O manzanilla.


 ALEMANHA: Westfälische Schinken Notável presunto alemão, primeiro salgado e seco e depois esfregado com água para reduzir o sal. É delicadamente defumado com madeira de junípero (zimbro), planta usada para aromatizar bebidas. Combinam bem com brancos e tintos da propria região. Destaca-se entreo os tintos elaborados com a uva Dornfelder.

ITÁLIA: 

Prosciutto di ParmaProduzido na região italiana de mesmo nome, é o presunto cru mais consumido no mundo. Salgado com sal marinho por mais de um mês, depois é seco por períodos que variam de oito meses a dois anos. Vai bem com tintos leves  e espumantes brut.

Prosciutto di San DanieleÓtimo presunto produzido na região italiana de Friuli-Venezia Giulia, curado no clima único dos ventos dos Alpes e das brisas do Mar Mediterrâneo. Tem sabor delicado, meio adocicado, e maciez marcante. Combina bem com os tintos da mesma região que são elaborados com as castas Pinot Noir, Refosco e Schiopettinno.

FRANÇA: Jambon de Bayonne Produzido no sudoeste da França, no País Basco, provém de porcos alimentados basicamente de cereais. É friccionado com sal misturado a salitre, açúcar e pimenta. Repousa por cinco a seis meses em secadoras ventiladas. Tem sabor adocicado. Vai bem com os tintos do Rhone e os Pinot Noir do Sancerre.


RESUMINDO: Presuntos crus em geral vão bem com espumantes elaborados pelo método champenoisse. vinhos tintos leves e brancos mais encorpados.


sábado, 22 de abril de 2023

O VINHO NO BRASIL E A SINDROME DE VIRA-LATA


 A vinicultura no Brasil é uma atividade que exige muita coragem e determinação. Apesar de o país ter um terroir privilegiado, com diversas regiões produtoras de uvas de qualidade, a produção de vinhos ainda enfrenta muitos desafios. Nesta seção do blog, vamos falar sobre os principais obstáculos que os produtores de vinho brasileiros enfrentam e como eles têm superado essas dificuldades.

As condições climáticas são um dos principais desafios da vinicultura no Brasil. O país tem uma grande variedade de climas, desde o tropical até o subtropical, o que torna difícil encontrar as condições ideais para o cultivo de uvas. Além disso, a chuva excessiva e as altas temperaturas podem prejudicar a qualidade das uvas e, consequentemente, dos vinhos produzidos. Para contornar essa dificuldade, muitos produtores investem em tecnologia e técnicas de manejo que ajudam a minimizar os efeitos do clima.

Outro desafio é a falta de tradição na produção de vinhos. Ao contrário de países como França e Itália, onde a vinicultura é uma atividade centenária, no Brasil a produção de vinhos é relativamente recente. Isso significa que muitos produtores ainda estão aprendendo as melhores práticas e técnicas para produzir vinhos de qualidade. Para superar essa dificuldade, muitos produtores têm investido em capacitação e troca de conhecimentos com produtores de outros países.

A burocracia também é um obstáculo para a vinicultura no Brasil. A legislação brasileira é bastante complexa e exige muitas exigências para a produção e comercialização de vinhos. Além disso, os impostos sobre o vinho são bastante elevados, o que torna a produção e a venda de vinhos mais caras. Para contornar essa dificuldade, muitos produtores têm buscado apoio de entidades governamentais e associações de produtores para tentar simplificar a legislação e reduzir os impostos.

A falta de reconhecimento internacional também é um desafio para a vinicultura brasileira. Apesar de o país ter produzido vinhos de qualidade, muitos consumidores ainda associam o Brasil apenas à produção de cachaça e outras bebidas alcoólicas. Isso torna difícil a exportação dos vinhos brasileiros e limita o mercado para os produtores nacionais. Para superar essa dificuldade, muitos produtores têm investido em divulgação e participação em eventos internacionais para mostrar a qualidade dos vinhos brasileiros.

Apesar dos desafios, a vinicultura no Brasil tem crescido nos últimos anos e tem conquistado cada vez mais espaço no mercado nacional e internacional. Com a determinação e a coragem dos produtores brasileiros, é possível superar as dificuldades e produzir vinhos de qualidade que representem a riqueza e a diversidade do terroir brasileiro. 

Mesmo assim nos deparamos com o preconceito e o desdém dos consumidores para com o vinho nacional. Trabalho em em uma grande vinícola que elabora vinhos em todas as faixas de preços e todos sem exceção tem como premissa a excelência em qualidade. Quase que diariamente ouço de algum cliente que nossos vinhos são caros e que encontra vinhos da mesma qualidade pela metade do preço dos nossos.... isso me entristece demais. Sim nosso vinho é caro por uma séria de fatores e sobretudo pela super taxação de impostos que aqui temos, uma vez que vinho no Brasil não é considerado alimento como nos demais países com mais tradição vinícola. Mas no fundo, quando um cliente me diz que meu produto é muito caro eu gostaria de poder dizer que vinho não tem preço, vinho tem valor, vinho brasileiro tem alma e carrega consigo toda o heroísmo e determinação dos viticultores incansáveis e intrépidos que os elaboram.



domingo, 19 de março de 2023

A Tríade injustiçada: Aurora, Garibaldi e Salton.

 


Por várias razões este blog ficou abandonado, mas há algum tempo eu planejava retoma-lo como prioridade, porém não conseguia encontrar um tema que pudesse reestrear com honras esse cantinho de paixão. 

Durante o último mês um tema tomou conta do noticiário e deixou em polvorosa todo o mundo do vinho. Encontrei ai então um motivo mais do que especial para eu voltar a escrever. Vamos falar sobre um tema nada polêmico: o caso das vinícolas supostamente envolvidas com trabalho escravo.


Antes de mais nada quero me posicionar totalmente contra o boicote que esta sendo feito as 03 vinícolas e defendo a cada uma delas sem medo e garanto que a historia não é assim como estão falando.

Vamos falar um pouquinho da história tradicional e ilibada de cada uma dessas vinícolas?


SALTON

Fundação: 1910

Numero de empregos diretos: +- 600

A vinícola mais antiga em atividade no Brasil, além de conquistar o título de marca número 1 na preferência dos consumidores de espumantes no país (Wine Intelligence, 2022), é ainda a marca mais exportada de espumante brasileiro nos Estados Unidos. “Esse reconhecimento é fruto de um trabalho que se desenvolve há quatro gerações, envolvendo atualmente mais de mil famílias, entre colaboradores, produtores rurais e fornecedores em geral,  cuja renda está diretamente ligada à Salton”.


AURORA

Fundação: 1931

Numero de empregos diretos: +- 600

Hoje, bem no coração de Bento Gonçalves, está a maior cooperativa vinícola do Brasil, com mais de 1100 famílias associadas, responsáveis pela produção média de 85 milhões de Kg de uvas (entre associados e terceiros), que resultam em aproximadamente 68 milhões de litros de vinhos anuais.


GARIBALDI

Fundação: 1931

Numero de empregos diretos: +- 200

Famílias Cooperadas: 430

Há mais de 90 anos, a Cooperativa Vinícola Garibaldi celebra o ofício que a transformou numa das mais reconhecidas marcas de vinhos, espumantes e sucos do país. Um trabalho que tem sua gênese na herança legada pelos pioneiros imigrantes responsáveis pela introdução da cultura da uva na Serra gaúcha – hoje símbolo de sua vitória na nova pátria.

São 430 membros e 201 funcionários, cultivando 1.050 hectares.


Como podem ver são todas vinícolas tradicionais e todas também com uma produção de vinhos bem grandes. Aposto que esses que estão ai atacando e difamando essas vinícolas nem sequer sabem o que é uma safra, nem tampouco devem ter pisado o pé dentro de uma cantina.

Durante quase todo o ano as Vinícolas se mantem com um numero x de funcionários, porém durante a safra o trabalho mais que triplica e o numero de funcionários não consegue suprir a demanda de colheita, recebimento e descarregamento de uvas. Todas as vinícolas, sem exceção, durante ao menos 3 meses no ano tem que contratar mão de obra auxiliar para essa época que praticamente beira o caos. 

Cada vinícola escolhe a forma dessa contratação: muitas contratam funcionários temporários e outras lançam mão de empresas que terceirizam esse serviço e foi ai que tudo começou....

Essas empresas que terceirizam serviços não o fazem somente para vinícolas nos três meses de safra e sim grande parte desses “funcionários terceirizados” atendem durante TODO O ANO outras empresas como por exemplo os frigoríficos, e é engraçado a gente notar que ninguém falou disso, mas atacaram sem dó as vinícolas... Curioso isso não é? 

Essa vinícolas injustamente atacadas sempre trabalharam com mão de obra terceirizada e todas sem exceção tratavam esses funcionários igualitariamente aos que são efetivos, Todos os terceirizados tiveram treinamento, EPIs, refeições e sobretudo respeito. E diga-se de passagem todas as vinícolas tem como base o respeito pela vida e pelo trabalho. Vinho é isso: respeito as tradições e a vida!

É decepcionante ver pessoas julgando vinícolas de tradição por um erro que não foi cometido por elas, pois elas simplesmente contrataram uma empresa terceirizada, que diga-se de passagem já prestava esse serviço aqui na serra há alguns anos. 

Interessante também seria que nos perguntássemos porque essas denúncias não vieram a baila antes , uma vez que a maioria desses terceirizados já tinham participado de safras em outros anos e estão sempre lado a lado dos funcionários efetivos das vinícolas em clima de coleguismo e total liberdade?

Porque os frigoríficos não foram atacados com a mesma fúria insana que se voltou as vinícolas? Afinal, eles também trabalham com a mesma empresa e com o detalhe que não é somente temporário o trabalho desses terceirizados como nas vinícolas. Pois é..... acredito que as pessoas que atacaram tanto as vinícolas não estão a par de todos os detalhes e foram influenciados a espalhar essa cortina de fumaça injustamente difamatória. Minhas perguntas: Porque somente as vinícolas foram citadas? Que medidas estão sendo tomadas junto a  empresa terceirizada? E por último e não menos importante o que querem mascarar com esse escândalo e a quem esse fato esta beneficiando?

segunda-feira, 21 de março de 2022

DEGUSTANDO ESPANHA: Ace Kicker Red Blend Espanha 2018

 Pensem em um vinho para tomar de joelhos? Esse vinho vem lá da Espanha e tem um corte extremamente ousado. O enólogo fez desse vinho uma verdadeira obra de arte e usou as castas como quem monta um lindo quebra cabeça.

Quando vi a ficha técnica desse vinho me encantei e logo quis provar e infelizmente por um bom tempo ele estava esgotado. Quando ele voltou ao estoque eu apaixonada e confiando em minha intuição já encomendei logo 02 garrafas e não me arrependi em nada!

Esse vinho é a síntese da perfeição, tudo esta extremamente equilibrado: aromas que se confirmam em boca e no paladar taninos macios, acidez equilibrada e longo, longuíssimo retrogosto.


Red Blend não é qualquer “coupage” de uvas tintas. É o tipo de vinho elaborado para cativar o paladar, tem uma personalidade única e sua origem também faz a diferença. Este espanhol tem complexidade aromática, com notas frutadas, florais e também nuances de baunilha, cravo, canela, tabaco, notas que vêm do seu amadurecimento de 8 meses em barricas de carvalho francês e americano. Em boca é um vinho marcante e com persistência longa. Seu nome é tão provocante como o vinho, o melhor ACE KICKER. Como se fosse um jogo de cartas, está em jogo a aposta em ser o melhor Red Blend. Distribua cartas, espadas ou flores. A sorte é lançada nesta competição enológica.


Ficha Técnica

Uva
34% Cabernet Franc, 27% Syrah, 15% Petit Verdot, 12% Tempranillo, 7% Graciano e 5% Garnacha
País - Região
Espanha - Castilla La Mancha
Classificação
Meio Seco
Vinícola
Finca Constancia
Safra
2018
Amadurecimento
8 meses em barricas novas de carvalho francês e americano
Teor Alcoólico
14.00% ABV
Temperatura de serviço
16 °C
Potencial de guarda
8 anos








sábado, 12 de março de 2022

MORETO: Uma uva bem interessante....

Ontem provamos um vinho que nós agradou muito: GRANJA AMARELEJA um D.O.C. Alentejo. 




Este vinho encantou pelo inusitado corte das castas Moreto, Aragônes e Trincadeira, pois dificilmente vemos a Moreto como protagonista em vinho.
A casta Moreto  é autóctone da região, quase extinta, porem preservada e enaltecida pela Adega Granja Amareleja, vinícola que produz vinhos e azeites na região há mais de 60 anos.
Esta diferente casta é característica da zona do Alentejo, sendo bastante cultivada nas zonas de Reguengos, Redondo e Granja-Amareleja. A Moreto foi introduzida na região, por volta do século XIX, quando se assistiu a um grande desenvolvimento da vitivultura no Alentejo.


Videira centenária da casta Moreto

A moreto apresenta cachos de tamanho pequeno e bagos de tamanho médio e arredondados.

É uma casta bastante produtiva e de maturação tardia e que aprecia climas bem quentes.

Os vinhos produzidos com a casta Moreto são normalmente pouco encorpados e apresentam pouca cor, por isso é utilizada em vinhos de corte, no caso do vinhos que provamos ela protagoniza junto a Aragonez e a Trincadeira, o que resultou em um vinho muito bem equilibrado tanto em nariz como em boca.

Isso demonstra que mesmo castas não tão usuais podem dar resultado fantásticos quando combinadas com outras. 

No vinho tudo é equilíbrio e complemento. No caso desse vinho especifico essa máxima se exemplificou perfeitamente.






domingo, 8 de agosto de 2021

GRACIANO: Você conhece essa uva?

 


Amo uvas diferentes e a casta da vez é a Graciano!

A Graciano é uma das uvas tintas mais importantes da região vitivinícola da Rioja, na Espanha. Outros nomes pelos quais a variedade atende são Tinta Miúda e Morrastel. 


Tradicionalmente utilizada para o produção de vinhos de corte. Atualmente, com valorização das uvas autóctones, é possível encontrar excelentes vinhos varietais elaborados com a Graciano. 


A uva Graciano traz vários desafios ao produtores, demora muito a amadurecer, é propensa ao ataque de pragas e doenças, além de contar com baixos rendimentos. Mas, quando essas adversidades são superadas, o resultado vale à pena, pois a variedade dá origem a vinhos com grande complexidade. 


 ORIGEM DA UVA GRACIANO


A uva Graciano é originária da Espanha. Além de sua terra natal, a variedade também é cultivada em Portugal, na França, principalmente dentro da região de Languedoc-Roussillon, na Argentina, nos Estados Unidos e na Austrália. 


 


OS AROMAS DA GRACIANO


A Graciano apresenta um bouquet aromático elegante, onde destacam-se aromas de hortelã e frutas negras, notas minerais e de especiarias doces. 


 HARMONIZAÇÕES CERTEIRAS COM GRACIANO


Os vinhos tintos elaborados com a uva Graciano contam com ótima acidez e grande presença tânica, características que proporcionam um excelente potencial de envelhecimento. Confira alguns exemplos de boas harmonizações com a variedade:


Carnes Vermelhas

Massas com Molhos Ricos 

Queijos


O VINHO DEGUSTADO: 

FINCA CONSTANCIA PARELA 12 SINGLE VINEYARD



OLFATIVO: No nariz apresenta notas bem níitdas de hortelâ mescladas a fruta negra

madura.

GUSTATIVO: Mostra mineralidade intensa e taninos presentes, porem aveludados. Extrema harmonia 
e finalização em boca.


Ficha Técnica

Uva
Graciano
País - Região
Espanha - Castilla La Mancha
Classificação
Seco
Vinícola
Finca Constancia
Safra
2017
Amadurecimento
8 meses em barricas de carvalho francês.
Teor Alcoólico
14.00% ABV
Potencial de guarda
6 anos





Olfativo
Frutas negras, floral, especiarias
Visual
Rubi
Gustativo
Médio corpo, taninos presentes, boa acidez, leve frutado, média presença da madeira



domingo, 1 de agosto de 2021

DEGUSTANDO CHILE: Pérez Cruz C+M D.O. Valle del Maipo Andes Carménère Malbec 2019

 


Uma de minhas vinícolas preferida no Chile, os vinhos da Pèrez Cruz sempre surpreendem pela qualidade e ousadia. Em mesclas inusitadas como essa a sensação de "deliciamento" é ainda maior. Mesclar em um mesmo vinho um ícone de cada país é certamente uma ousadia....

Nariz apresenta frutas vermelhas maduras, mescladas a uma certa especiaria... noz moscada.

Na boca se apresenta bem macio e extremamente integrado, com taninos doces e aveludados. A  acidez não é tão evidente mas esta bem equilibrada aos taninos. Conjunto final harmônico e extremamente agradável.


Ficha Técnica

Uva
Carménère (50.00%), Malbec (50.00%)
País - Região
Chile - Valle del Maipo
Classificação
Seco
Vinícola
Pérez Cruz
Safra
2019
Amadurecimento
12 meses em barricas de carvalho (60%) americano e (40%) francês.
Teor Alcoólico
14.00% ABV
Temperatura de serviço
15 °C
Potencial de guarda
6 anos