Aqui você já entra aprendendo, o feminino de sommelier é sommelière, então não estranhe o nome do blog e nem pense que está errado!
Resolvi criar esse blog como uma maneira de dividir informações preciosas com apaixonados pela arte de Bacco. Aqui vocês encontraram alguns textos meus e outros que eu garimpo por ai e julgo itneressantes para dividir com vocês!
Entre. leia, se apaixone e fique a vontade, a casa é sua!

domingo, 25 de junho de 2023

VINHO DOS MORTOS – Morbidez ou tradição?

 




Portugal sempre nos surpreendendo..... dessa vez a região de Boticas em Trás-os-Montes,

obusca certificação de um vinho que ficou conhecido como Vinho dos Mortos. Os vinhos da

região já são reconhcedios desde 2001 como pela legislação como Vinho Regional

Transmontano, porem uma adega local busca o reconhecimento de seu vinho e a certificação

de Vinho dos Mortos por elaborar o vinho conforme tradição milenar oriumnda de 1808 época

em que as tropas francesas, comandadas pelo general Soult, invadiram pela segunda vez

Portugal. Quando os franceses invadiram a região, o povo, com medo que estes lhes

pilhassem os seus outros bens, escondeu o que conseguiu, uma das melhores formas era

enterrar o que conseguição, portanto o vinho foi enterrado no chão das adegas, no saibro,

debaixo das pipas e dos lagares. Mais tarde, depois dos franceses terem sido expulsos, os

habitantes recuperaram as suas casas e os bens que restaram. Ao desenterrarem o vinho,

descobriram com surpresa que o mesmo estava muito mais saboroso, pois tinha adquirido

propriedades novas. A bebida das garrafas estava com cor e sabor “bouquet” ainda melhor, um

vinho com graduação de 10o/11o, que tinha, então, uma gaseificação natural em função da

temperatura constante e da escuridão. Por ter sido “enterrado” ficou a designar-se por “Vinho

dos Mortos” e passou a utilizar-se esta técnica, descoberta ocasionalmente, para melhor o

conservar e otimizar a sua qualidade. Assim, nasceu uma tradição de “enterrar” o vinho pelo

menos durante um ano, que se foi transmitindo de geração em geração.

As uvas encontradas em Vinho DOS Mortos são: Alvarelho, Bastardo, Malvasia Fina, Tinta

Carvalha e Tinta Coimbra. Alvarelho e Malvasia são uvas brancas, mas o vinho final é um tinto

de corpo leve e alta acidez.

Geralmente, o vinho termina em um nível baixo de álcool por causa do clima do norte de

Portugal e do medo do mau tempo na colheita.

Hoje, o Sr. Armindo Sousa Pereira, de Boticas, no distrito de Vila Real, é o único produtor

registado oficialmente para comercializar o "Vinho dos Mortos" .O produtor elabora cerca de

6.500 garrafas por safra que ficam enterradas por cerca de 01 ano e garante que são todas

vendidas regionalmente.

Armindo Sousa Pereira não pensa, no momento, na exportação direta porque não tem

quantidade suficiente para aumentar sua produção. Tudo o que produz consegue vender em

Portugal e dessa forma visa "obrigar" os turistas a virem a Boticas descobrir seu vinho impar


Antenado nessa estranha tradição um produtor luso-brasileiro de São Roque-SP, a Quinta do

Olivardo, resolveu fazer o seu próprio Vinho dos Mortos. A principio junto aos parreiras da

vinícola foram enterrados 06 lotes, com 60 garrafas cada. Agora, mensalmente, no terceiro

sábado, é realizado o jantar alusivo ao vinho dos mortos, onde os visitantes e clientes da adega

e restaurante são convidados a participar do cerimônia de desenterro das garrafas de vinho.

Também é dada a oportunidade ao turista de vivenciar essa tradição, enterrando a sua própria

garrafa, devidamente rotulada e identificada. Os vinhos ficam enterrados por 06 meses, e a

cada novo enterro é desenterrado e consumido um lote de 06 meses atrás.

Os vinhos enterrados são produzidos na prórpia vinicola que tem uma produção artesanal, que

gira em torno de 20 mil litros/ano, sendo integralmente comercializados na adega e servidos no

restaurante.

Maiores informações ligue (11) 4711-1100 .