Aqui você já entra aprendendo, o feminino de sommelier é sommelière, então não estranhe o nome do blog e nem pense que está errado!
Resolvi criar esse blog como uma maneira de dividir informações preciosas com apaixonados pela arte de Bacco. Aqui vocês encontraram alguns textos meus e outros que eu garimpo por ai e julgo itneressantes para dividir com vocês!
Entre. leia, se apaixone e fique a vontade, a casa é sua!

quarta-feira, 28 de maio de 2014

BETTÚ - Nebbiolo 2006

Um vinho incrível! Somente 300 garrafas foram elaborada, a nossa era a de numero 65!
VISUAL: Granada claro com reflexos atijolados. Lágrimas numerosas e lentas.
AROMAS: Terra molhada, aroma de folhas que ficam pelo chão na mata, que os franceses chamam de "aroma de bosque", trufas, cogumelos, um toque de pelica e um leve aroma floral. Quanto mais tempo na taça, mais os aromas se destacavam.
GUSTATIVO: Em boca se apresentou com excelente acidez, mesclado a taninos muito presentes, porém aveludados. Longa permanência em boca, retro-olfato floral.
OBSERVAÇÕES PESSOAIS: Um vinho surpreendente, no nível dos Barolos de Pio Cesare! Um verdadeiro show de aromas e sabores, tudo muito equilibrado e integrado.
Vale cada centavo, é um vinho para sonhar. Para acompanhar esse vinho eu fiz especialmente uma massa caseira com molho de funghi e natas. A combinação foi perfeita e foi o vinho perfeito, escolhido especialmente para comemorar meus 40 anos de vida!
SOBRE O VINHO:
Produtor: Vilmar Bettú
Região: As uvas são plantadas na propriedade de Bettú, em Garibaldi
Safra: 2006
Produção: 300 garrafas
Amadurecimento: 01 ano em barricas de carvalho francês
Preço: R$ 200,00 (12/2013)

domingo, 25 de maio de 2014

VINHO PARA TODAS AS OCASIÕES



Como dizia Napoleão Bonaparte sobre o vinho: “Nas vitorias é merecido, nas derrotas é necessário”. 
O vinho tem o poder de enriquecer qualquer ocasião seja ela triste ou feliz. Abrir um bom vinho sobrepuja qualquer tipo de sentimento, enaltece, vangloria, ecoa.  Pasteur dizia que existe mais filosofia em uma garrafa de vinho do que em todos os livros e eu concordo plenamente com ele.
Em todos os momentos o vinho se faz um excelente companheiro. O que seria de um encontro romântico sem a presença de um efervescente e gelado espumante? Somente a presença de uma garrafa  entre um casal já inunda o instante de magia.
Em termos gerais na escolha de vinhos o bom senso é fundamental. Comidas gordurosas combinam melhor com vinhos mais ácidos. Refeições leves e de sabor suave pedem vinhos de mesma intensidade para que um não prevaleça sobre o outro. O acompanhamento ou o molho são mais determinantes na escolha do vinho do que o tipo de alimento. Normalmente, uma massa  combina com  vinho tinto, mas se o molho for branco, a combinação fica melhor com vinho branco.
Existem vinhos que combinam com cada ocasião, existem vinhos alegres, românticos, filosóficos, sisudos, formais é só escolher o momento e o vinho certo e a intenção dessa matéria é ajuda-lo nessa prazerosa parceria:
ALMOÇO EM FAMÍLIA: O tradicional almoço em família pede vinhos alegres e fáceis de tomar, pode-se iniciar o almoço com um espumante brut ou demi-sec e a mesa optar por um Valpolicella ou Bardolino (Italia) caso os pratos servidos sejam as tradicionais massas.
CHURRASCO: Se engana quem acha que o melhor parceiro do churrasco seja a cerveja, ledo, triste e indigesto engano! Vinho e churrasco nasceram um para o outro! Uma das mais perfeitas combinações é a de carne mal passada com um o rústico tannat. Os taninos presentes no vinho se tornam pura seda ao serem compatiblizados com a proteína existente na  carne. Então experimente a partir de hoje acompanhar o seu churrasco com um denso Tannat (Uruguay) ou um suculento e macio Malbec (Argentina).
JANTAR ROMÂNTICO:  Para  mim o mais romântico dos tintos sem dúvida é o Amarone de La Valpolicella! Elaborado com uvas passificadas esse vinho tem um grande porcentual de álcool e certa doçura discreta que encanta o paladar, o vinho por si só já cria um clima para lá de sensual, mas por ser  intenso e encorpado pede pratos de igual peso e refinamento: queijos salgados e nobres como parmeggiano reggiano, carnes longamente cozida de caças são excelentes opções para compatibilização. Mas se a intenção é só brindar, um espumante rosê é o ideal, principalmente se acompanhado de canapés de salmão defumado!
FESTAS DE FINAL DE ANO: Celebrar é a palavra! É de lei iniciar com um espumante e depois adequar cada prato a um vinho diferente: saladas e entradas com brancos de boa acidez; pratos principais com vinhos de estirpe apropriados para ocasião. Nesse caso é necessária a analise dos pratos para podermos compatibilizar corretamente com os vinhos. Pode-se também optar por servir espumantes do inicio ao fim e surpreender positivamente seus covidados.
FIM DE SEMANA NA PRAIA: Nada melhor do que colocar na mala várias garrafas de Sauvignon Blanc, Viogner e Gewustraminer, essas castas são as parceiras ideais de frutos do mar em geral. O Sauvignon Banc principalmente se destaca na combinação com ostras e mariscos, e para acompanhar lula a dore, peixe e camarão frito vá de espumante rose sem medo de ser feliz!
REUNIÃO COM OS AMIGOS: é comum se reunir os amigos para  curtir um fondue nesse tempo frio. Para o tradicional fondue de queijo o ideal seria combinar com um vinho branco, de preferência um chardonnay com leve passagem em barricas, mas muitos preferem a companhia de um tinto, e para se errar menos nesse caso deve-se optar por tintos mais leves elaborados com a casta Pinot Noir ou um jovem Tempranillo, para o fondue de carne opte por tintos de boa acidez, como sangiovese, jovens malbec, cabernet sauvignon e cabernet franc. Outro tema recorrente a mesa dos amigos são as tábuas de queijos e frios, e esse tema dá trabalho para um sommelier!  Apesar de parecer simples é um dos que mais rendem erros na compatibilização, cada queijo pede um tipo de vinho diferente e frios e embutidos se chocam com os tintos em geral por conta da grande quantidade de sal que se choca com os taninos, tornando o vinho rascante e desequilibrado. A melhor opção nesse caso é optar por espumantes ou vinhos roses de boa acidez e caso a escolha ainda seja o tinto tente ao menos optar por castas mais leves como Pinot Noir, Gamay e Pinotage sem passagem em barricas.
De fato, o mais importante e sempre alçar o vinho ao primeiro plano em todas as nossas escolhas, afinal como disse meu amigo João Fillipe Clemente: “Você não pediu para nascer e, salvo raríssimas exceções, morrerá contra a sua vontade. Então, trate de aproveitar o intervalo entre esses dois momentos da melhor maneira possível; beba bons vinhos e coma bons pratos compartilhando-os com bons amigos.”  




domingo, 18 de maio de 2014

DEGUSTADO E APROVADO : Canepa Reserva com Lasagna

VISUAL: Vermelho granada com reflexos levemente atijolados. Ligeiramente opaco.
AROMAS: esse é um que na degustação as cegas faz todo mundo pensar em Velho Mundo, mais precisamente Itália..... ele transborda aroma de cantina, cereja azeda, noz moscada, um Q de caixa de charuto, notas herbáceas e uma nota floral que não consegui definir!
GUSTATIVO: madeira bem presente, é a primeira coisa que se faz sentir, porém bem integrada. Taninos que são puro veludo deixam a língua macia, tudo mesclado a uma acidez equilibradíssima! Fica na boca, te faz lembrar do gole dado e convida a levantar a taça novamente. Implora comida! e vamos a ela!
NOTAS PESSOAIS: Um vinho excelente, gastronômico, faz engrandecer quanquer prato. Demorei mais de 2meses para degusta-lo, achei que precisaria de um prato especialmente criado para ele. Criei uma lasanha de carne moida ao molho vermelho e molho branco com champignons! Foi perfeito. e tudo isso ao som de Nelson Gonçalves e Nana Caymmi!




SOBRE O VINHO:

Canepa Reserva Privada Sangiovese Carménère 2010
  • Safra2010
  • Conteúdo750ml
  • TipoTinto
Elaboração
  • Uva65% Sangiovese e 35% Carménère
  • Teor Alcoólico13.5%
  • Amadurecimento8 meses em barricas de carvalho francês e americano
Terroir
  • PaísChile
  • RegiãoValle del Rapel
  • VinícolaViña Canepa

  • VisualRubi brilhante.
  • OlfativoExpressivo, com aromas frutados, notas de chocolate, caramelo, café e especiarias.
  • GustativoIntenso, macio, fresco, tem boa concentração e sabores que se prolongam deliciosamente.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

DEGUSTADO e APROVADO: Castillo Ducay 2011



Friozinho manso na serra e o vinho eleito de hoje foi esse belo espanhol!
Eu amo a uva garnacha, esse foi um dos porque de estar muito interessada em degusta-lo logo! Chegou em casa na quarta feira e já foi repousar na adega para ser degustado brevemente, ei que o dia chegou!

VISUAL: Excelente intensidade de cor, um rubi quase negro com reflexos granada.
AROMAS: No nariz se exibiu em amoras e ameixa preta mesclados a um leve toque de couro.
GUSTATIVO: na boca a Grenache se apresenta em toda a sua formosura e sensualidade. Pura fruta madura e um floral que não parecia no aroma, taninos macios, acidez na medida. Perfeito!
NOTA PESSOAL: Daqueles vinhos que dão gosto de tomar! Dá vontade de tomar sozinho observando o nada e ouvindo o silêncio.





SOBRE O VINHO

REGIÃO: Espanha D.O. Cariñena
UVAS: Garnacha, Tempranillo e Cabernet Sauvignon
VINÍCOLA: Bodegas Gran Ducay
SAFRA: 2011
ALCOOL: 13%
PREÇO: R$ 33,00


quinta-feira, 15 de maio de 2014

O VINHO E SEUS AROMAS


Um dos aspectos mais impressionantes e misteriosos fatos que se  destacam na cultura enológica  são os aromas do vinho, graça a eles podemos obter informações sobre a variedade da uva com que foi feito o vinho, o modo como foi elaborado, sua forma de  maturação, entre outros tantos detalhes que podem ser sentidos simplesmente pelo olfato treinado.

O vinho desenvolve determinadas substancias durante todo seu processo de criação, desde a vinha até a sua maturação, isso se pode verificar na grande nuance de aroma advindo de uma taça de vinho que se classificam em 03 categorias: primário, secundário e terciário.
O que são os aromas primários? Esses aromas são oriundos da cepa com que o vinho foi elaborado e tem estreita relação com o terroir onde é cultivada a casta, o tipo de composição do solo, o clima existente no lugar, o modo de vindima. Os aroma primários mais comuns são os  herbáceos, florais e frutais, como o aroma de violetas em um bom Merlot e o de abacaxi muito comum nos vinhos da casta Chardonnay. Existem ainda nuances oriundas de solo como no Chabis vinho elaborado também com a casta chardonnay mas que tem um aroma notadamente mais mineral.
Os aroma secundários são fruto da fermentação alcoólica e malolática. Esses aromas dependem diretamente do tipo de levedura e das condições de fermentação tais como temperatura, guarda em barricas, entre outros fatores. Os aromas secundários sem dúvida são os que mais  despertam os nossos sentidos por conta da grande nuance de aromas caramelados e lácteos, oriundos tanto da guarda do vinho em barricas como da fermentação malolática. (A fermentação malolática é uma segunda fermentação muito normal nos vinhos tintos que visa transformar o acido málico em acido láctico), Um exemplo simples de aroma secundário e o toque de fermento que sentimos nos espumantes em geral.
Finalmente temos os aromas terciários, ou o também denominado “bouquet”. São aromas mais raros, normalmente presentes em vinhos com mais de 05 anos em garrafa, e são resultado  da fusão de aromas adquiridos tanto na barrica como no envelhecimento em garrafa. Suas principais características são toques de torrefação, notas balsâmicas, frutas secas, especiarias, couro, bosque, flores secas, entre outros característicos dos aromas terciários nos quais encontramos grande complexidade e que nos faz entender o porquê o vinho é considerado por tantas pessoas como uma bebida magistral!
A essa altura os leitores devem estar se perguntando que deve ser muito difícil sentir todos  esses  aromas no vinho, e eu posso responder que é uma das coisas mais fáceis a se fazer. O segredo é perder a vergonha e cheirar tudo, ir a feira e cheirar todas as frutas, temperos, flores, especiarias.  Vai provar um chardonnay? Então sinta o aroma de um abacaxi maduro! Cabernet sauvignon? Descubra o aroma do pimentão vermelho! Gewustraminer? Descubra o aroma da lichia e daquele tradicional creminho da lata azul! Sauvigon Blanc? Nada como maracujá e xixi de gato! Lembre-se que a gente não sente aromas que não conhecemos então para senti-los há de se conhece-los. Então a lição de casa para o amante de vinhos é colocar o nariz para funcionar, você pode ter certeza que sua próxima degustação de vinho será muito mais rica e prazerosa!