Como dizia Napoleão Bonaparte sobre o vinho: “Nas vitorias é merecido, nas derrotas é
necessário”.
O vinho tem o poder de enriquecer qualquer ocasião seja ela
triste ou feliz. Abrir um bom vinho sobrepuja qualquer tipo de sentimento,
enaltece, vangloria, ecoa. Pasteur dizia
que existe mais filosofia em uma garrafa de vinho do que em todos os livros e
eu concordo plenamente com ele.
Em todos os momentos o vinho se faz um excelente
companheiro. O que seria de um encontro romântico sem a presença de um
efervescente e gelado espumante? Somente a presença de uma garrafa entre um casal já inunda o instante de magia.
Em termos gerais na escolha de vinhos o bom senso é
fundamental. Comidas gordurosas combinam melhor com vinhos mais ácidos.
Refeições leves e de sabor suave pedem vinhos de mesma intensidade para que um
não prevaleça sobre o outro. O acompanhamento ou o molho são mais determinantes
na escolha do vinho do que o tipo de alimento. Normalmente, uma massa
combina com vinho tinto, mas se o molho for branco, a combinação fica
melhor com vinho branco.
Existem vinhos que combinam com cada ocasião, existem vinhos
alegres, românticos, filosóficos, sisudos, formais é só escolher o momento e o
vinho certo e a intenção dessa matéria é ajuda-lo nessa prazerosa parceria:
ALMOÇO EM FAMÍLIA:
O tradicional almoço em família pede vinhos alegres e fáceis de tomar, pode-se
iniciar o almoço com um espumante brut ou demi-sec e a mesa optar por um
Valpolicella ou Bardolino (Italia) caso os pratos servidos sejam as
tradicionais massas.
CHURRASCO: Se
engana quem acha que o melhor parceiro do churrasco seja a cerveja, ledo,
triste e indigesto engano! Vinho e churrasco nasceram um para o outro! Uma das
mais perfeitas combinações é a de carne mal passada com um o rústico tannat. Os
taninos presentes no vinho se tornam pura seda ao serem compatiblizados com a
proteína existente na carne. Então experimente
a partir de hoje acompanhar o seu churrasco com um denso Tannat (Uruguay) ou um
suculento e macio Malbec (Argentina).
JANTAR ROMÂNTICO: Para
mim o mais romântico dos tintos sem dúvida é o Amarone de La Valpolicella! Elaborado com uvas passificadas esse
vinho tem um grande porcentual de álcool e certa doçura discreta que encanta o
paladar, o vinho por si só já cria um clima para lá de sensual, mas por ser intenso e encorpado pede pratos de igual peso
e refinamento: queijos salgados e nobres como parmeggiano reggiano, carnes
longamente cozida de caças são excelentes opções para compatibilização. Mas se
a intenção é só brindar, um espumante rosê é o ideal, principalmente se
acompanhado de canapés de salmão defumado!
FESTAS DE FINAL DE
ANO: Celebrar é a palavra! É de lei iniciar com um espumante e depois
adequar cada prato a um vinho diferente: saladas e entradas com brancos de boa
acidez; pratos principais com vinhos de estirpe apropriados para ocasião. Nesse
caso é necessária a analise dos pratos para podermos compatibilizar corretamente
com os vinhos. Pode-se também optar por servir espumantes do inicio ao fim e
surpreender positivamente seus covidados.
FIM DE SEMANA NA
PRAIA: Nada melhor do que colocar na mala várias garrafas de Sauvignon
Blanc, Viogner e Gewustraminer, essas castas são as parceiras ideais de frutos
do mar em geral. O Sauvignon Banc principalmente se destaca na combinação com
ostras e mariscos, e para acompanhar lula a dore, peixe e camarão frito vá de
espumante rose sem medo de ser feliz!
REUNIÃO COM OS
AMIGOS: é comum se reunir os amigos para
curtir um fondue nesse tempo frio. Para o tradicional fondue de queijo o
ideal seria combinar com um vinho branco, de preferência um chardonnay com leve
passagem em barricas, mas muitos preferem a companhia de um tinto, e para se
errar menos nesse caso deve-se optar por tintos mais leves elaborados com a
casta Pinot Noir ou um jovem Tempranillo, para o fondue de carne opte por
tintos de boa acidez, como sangiovese, jovens malbec, cabernet sauvignon e
cabernet franc. Outro tema recorrente a mesa dos amigos são as tábuas de
queijos e frios, e esse tema dá trabalho para um sommelier! Apesar de parecer simples é um dos que mais
rendem erros na compatibilização, cada queijo pede um tipo de vinho diferente e
frios e embutidos se chocam com os tintos em geral por conta da grande
quantidade de sal que se choca com os taninos, tornando o vinho rascante e
desequilibrado. A melhor opção nesse caso é optar por espumantes ou vinhos
roses de boa acidez e caso a escolha ainda seja o tinto tente ao menos optar
por castas mais leves como Pinot Noir, Gamay e Pinotage sem passagem em
barricas.
De
fato, o mais importante e sempre alçar o vinho ao primeiro plano em todas as
nossas escolhas, afinal como disse meu amigo João Fillipe
Clemente: “Você não pediu para nascer e,
salvo raríssimas exceções, morrerá contra a sua vontade. Então, trate de
aproveitar o intervalo entre esses dois momentos da melhor maneira possível;
beba bons vinhos e coma bons pratos compartilhando-os com bons amigos.”
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