Um dos
aspectos mais impressionantes e misteriosos fatos que se destacam na cultura enológica são os aromas do vinho, graça a eles podemos
obter informações sobre a variedade da uva com que foi feito o vinho, o modo
como foi elaborado, sua forma de
maturação, entre outros tantos detalhes que podem ser sentidos
simplesmente pelo olfato treinado.
O vinho
desenvolve determinadas substancias durante todo seu processo de criação, desde
a vinha até a sua maturação, isso se pode verificar na grande nuance de aroma
advindo de uma taça de vinho que se classificam em 03 categorias: primário,
secundário e terciário.
O que
são os aromas primários? Esses aromas são oriundos da cepa com que o vinho foi
elaborado e tem estreita relação com o terroir onde é cultivada a casta, o tipo
de composição do solo, o clima existente no lugar, o modo de vindima. Os aroma
primários mais comuns são os herbáceos, florais
e frutais, como o aroma de violetas em um bom Merlot e o de abacaxi muito comum
nos vinhos da casta Chardonnay. Existem ainda nuances oriundas de solo como no
Chabis vinho elaborado também com a casta chardonnay mas que tem um aroma
notadamente mais mineral.
Os aroma
secundários são fruto da fermentação alcoólica e malolática. Esses aromas
dependem diretamente do tipo de levedura e das condições de fermentação tais
como temperatura, guarda em barricas, entre outros fatores. Os aromas
secundários sem dúvida são os que mais
despertam os nossos sentidos por conta da grande nuance de aromas
caramelados e lácteos, oriundos tanto da guarda do vinho em barricas como da
fermentação malolática. (A fermentação malolática é uma segunda fermentação
muito normal nos vinhos tintos que visa transformar o acido málico em acido
láctico), Um exemplo simples de aroma secundário e o toque de fermento que
sentimos nos espumantes em geral.
Finalmente
temos os aromas terciários, ou o também denominado “bouquet”. São aromas mais
raros, normalmente presentes em vinhos com mais de 05 anos em garrafa, e são
resultado da fusão de aromas adquiridos
tanto na barrica como no envelhecimento em garrafa. Suas principais
características são toques de torrefação, notas balsâmicas, frutas secas,
especiarias, couro, bosque, flores secas, entre outros característicos dos
aromas terciários nos quais encontramos grande complexidade e que nos faz
entender o porquê o vinho é considerado por tantas pessoas como uma bebida
magistral!
A essa
altura os leitores devem estar se perguntando que deve ser muito difícil sentir
todos esses aromas no vinho, e eu posso responder que é
uma das coisas mais fáceis a se fazer. O segredo é perder a vergonha e cheirar tudo,
ir a feira e cheirar todas as frutas, temperos, flores, especiarias. Vai provar um chardonnay? Então sinta o aroma
de um abacaxi maduro! Cabernet sauvignon? Descubra o aroma do pimentão
vermelho! Gewustraminer? Descubra o aroma da lichia e daquele tradicional
creminho da lata azul! Sauvigon Blanc? Nada como maracujá e xixi de gato! Lembre-se
que a gente não sente aromas que não conhecemos então para senti-los há de se
conhece-los. Então a lição de casa para o amante de vinhos é colocar o nariz
para funcionar, você pode ter certeza que sua próxima degustação de vinho será
muito mais rica e prazerosa!
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