Aqui você já entra aprendendo, o feminino de sommelier é sommelière, então não estranhe o nome do blog e nem pense que está errado!
Resolvi criar esse blog como uma maneira de dividir informações preciosas com apaixonados pela arte de Bacco. Aqui vocês encontraram alguns textos meus e outros que eu garimpo por ai e julgo itneressantes para dividir com vocês!
Entre. leia, se apaixone e fique a vontade, a casa é sua!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

VILMAR BETTÚ – O magos dos vinhos brasileiros!

A vida nos concede raras oportunidades. Para uma enófila apaixonada como eu a vida me concedeu a oportunidade de conhecer Vilmar Bettú, o mago dos vinhos brasileiros!
Vilmar Bettú sempre foi para mim um dos mestres sagrados do vinho: vinhateiro apaixonado, descendente de italianos , hoje mora e produz seus vinhos nas terras que seu avô comprou na chegada ao Brasil em 1886. Terras sagradas, abençoadas onde mais do que vinhos, Bettú produz verdadeiras obras de arte destinada a poucos sortudos que tem a sorte de poder passar horas agradáveis ao seu lado aprendendo, ouvindo e sorvendo suas palavras e seu conhecimento apaixonado.
O que Vilmar Bettu produz são verdadeiros Vinhos de autor que podem ser definidos com uma filosofia bastante simples: a paixão desmedida de um vinhateiro que produz vinhos em quantidades minúsculas, oriundos somente das melhores uvas que nascem nos melhores terroirs. São vinhos especiais que nascem em poesia, vinhos de meditação que na taça se mostram como verdadeiras obras de arte prontas para encantar o paladar e a alma do enófilo apaixonado que terá o sorte de sorve-lo. Esse conjunto de condições especiais alça os vinhos de Vilmar Bettú acima dos vinhos ícones de grandes vinícolas tanto em preço quanto em qualidade.

A vinícola está localizada no município de Garibaldi e foi mantida no porão da casa do pai de Vilmar com o intuito de preservar as raízes da família. Vilmar nos recebe e nos leva para conhecer o local onde são armazenados os pequenos tanques de aço que armazenam os vinhos durante a fermentação, alguns desses tanques foram desenvolvidos pelo próprio Vilmar que é também engenheiro mecânico e criou um sistema exclusivo de resfriamento para seus tanques de micro vinificação. No mesmo ambiente onde estão os tanques também são recebidas as uvas durante a safra e posteriormente pisadas pela própria família. Logo acima encontra-se a linda e rústica sala de degustações para poucos e raros que podem degustar poesia engarrafada bem próximos as antigas pipas que aliás hoje servem apenas de decoração, e também junto a muitos e muitos garrafões onde Vilmar faz questão de armazenar seus vinhos até chegar a hora de coloca-los devidamente em garrafas bordalesas.
A propriedade tem aproximadamente 1 hectare de videiras com mais de 20 variedades cultivadas. Vilmar também tem parcerias com produtores de uvas de outros locais como Mariana Pimentel, Porto Alegre, Ipê e Encruzilhada do Sul.
Vilmar produz cerca de 5000 garrafas ao ano, mas dependendo das qualidades das uvas no qual ele é realmente muito exigente, a produção fica bem abaixo dessa quantidade.
Na data de nossa visita Bettu tinha para comercializar 88 vinhos diferentes. A grande variedade de vinhos se dá exatamente pela busca incessante e apaixonada desse vinhateiro em desvendar os melhores terroirs para cada cepa. E isso muda a cada ano, a cada região, a cada vinificação e essa diversidade nos propicia sempre ter novas e excitantes experiencias ao provar seus vinhos. Bettú comenta que um de seus clientes fez a seguinte declaração: “Conheço todas as regiões vinícolas importantes do mundo, já tomei muitos bons vinhos, mas nunca tantos no mesmo lugar”
As variedades que segundo Bettú se adapatarem bem em sua propriedades são as cultivares Merlot, Nebbiolo, Tannat, Malbec, Cabernet Franc e Riesling. Ele tambem está com um parreiral experimental de Sangiovese para entender a sua aclimatação na região, que não tem sido devidamente satisfatória por enquanto, mas que com certeza em breve será domada e produzirá excelentes vinhos nas abençoadas mãos desse mago.
Aliás, uma coisa a se afirmar de Bettú é que ele não produz vinhos bons.... Bettú produz vinhos de excelência, perfeitos em cada detalhe, cor, aroma, sabor tudo sempre perfeitamente integrados! A filosofia de Bettú é elaborar somente vinhos em pequenas quantidades oriundos de uvas perfeitas sem nunca apresentar nenhum defeito desde a videira até a taça. 
Os vinhos de Bettú tem como publico alvo os que realmente amam, entendem e respeitam o vinho. São vinhos de alto valor agregado e valem cada centavo. 
O cuidado e a atenção com que Vilmar atende seus visitantes é impressionante, em primeiro lugar o cuidado com as taças, todas elas específicas para cada tipo de vinho, depois vem a grande surpresa, Bettú  recepciona seus visitantes com um espumante que ele produz somente para  degustação na vinícola. Tira o espumante do cavalete e o abre assim, de uma forma toda especial fazendo o degorgement na hora a vista dos boquiabertos e encantados enófilos que de tão embevecidos não conseguiram sequer fotografar o ato! O espumante é um capítulo a parte e posso dizer de cadeirinha que nunca tomei nada tão fantástico!
As degustações  tem um custo de R$ 100,00 por pessoa, duram aproximadamente 3 horas e são acompanhadas pelo próprio Bettú . Obrigatoriamente devem ser previamente agendadas por telefone ou e-mail. Vilmar Bettú não atende sem prévio agendamento! Então você querido leitor do meu blog não me decepcione e seja educado agendando a sua visita antecipadamente:

vilmarbettu@gmail.com
Fone: (54)3462.6807

Parabéns Vilmar Bettú! Obrigada por compartilhar conosco suas poesias engarrafadas! Voltaremos sempre se assim você nos permitir!












quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

VINÍCOLA DAL PIZZOL

Retornar a um lugar que nos encantou é sempre muito recompensador, e foi com esse pensamento que assim que vim de vez morar aqui no Sul eu logo quis marcar uma visita a Dal Pizzol.
Escrevi sobre eles nesse mesmo ano, fruto de uma visita feita em 2011, para ler a matéria CLIQUE AQUI.
Essa nova visita teve um sabor especial, ir lá por conta de mim mesma, sem intermediários, ser recebida pessoalmente pelo Sr. Antonio Dal Pizzol e ouvir da boca dele toda a história e paixão de sua vinícola foram momentos que eu me sinto na obrigação de compartilhar com vocês.
chegamos lá no meio de uma tarde azul e ensolarada e fomos recebidos pela figura sorridente e simpática do Sr. Antonio Dal Pizzol que logo nos levou a conhecer o seu novo projeto, o  Eco Museu da Cultura do Vinho, instalado ao lado do espaço de varejo/degustação da vinícola o ambiente comporta 235 exemplares de vinhos, garrafas exclusivas e outros objetos históricos da vitivinicultura. O projeto do museu conta com recursos da Lei de Incentivo à Cultura Rouanet.
O Eco Museu é um espaço aconchegante capaz de transportar o visitante para as décadas onde a bebida foi recém descoberta em solo brasileiro, produzida de forma manual e bastante artesanal. Os exemplares de vinhos disponíveis para visitação são preciosos e frutos de uma coleção histórica, adquiridas em viagens internacionais feitas pelo presidente do Instituto, Rinaldo Dal Pizzol. É possível, por exemplo, ter acesso ao Cabernet da Granja União, fabricado em 1937. São peças únicas e que carregam valor histórico inegável. 
Visitando o museu é possível conhecer, por exemplo, vinhos produzidos na África do Sul, Argélia, Armênia, Bolívia, Canadá, China, Japão e Coréia. Mas não só os vinhos, mas como também as garrafas que armazenam a bebida elaboradas em diferentes países com designes que incluem porcelana, madeira e até couro. 
Passear pelo Eco Museu é uma verdadeira volta o passado que aflora memórias no enófilo apaixonado nos fazendo lembrar de vinhos que hoje nem mais são comercializados e que em algum momento fizeram parte de nossa história. Eu mesma tive a oportunidade de divagar me lembrando de vinhos que um dia tomei, rótulos pelos quais me apaixonei, momentos que já vivi, enfim, é um verdeiro flash back enológico!
O Eco Museu da Cultura do Vinho Dal Pizzol está aberto diariamente para visitação. Grupos devem pré-agendar pelo telefone (54) 3449.2255.

Vejam algumas fotos abaixo:

Depois disso fomos caminhar pelo Parque temático onde o Sr. Antonio me explicou que o motivo da criação desse espaço foi o de resgatar as raízes da epoca  da colonização italiana. lá podemos nos entreter vendo como era vida dos primeiro imigrantes, como eles viviam. Podemos ver como eles protegiam os animais do frio, a preocupação em colher o pasto no final do verão e armazena-lo no estábulo para que os animais tivessem o que comer no rigoroso inverno, o espaço onde confinavam as aves para engorda e posterior abate e onde hoje o Sr. Dal Pizzol com todo carinho mantém as aves com cria a salvo de predadores.
Na linha de resgates da época da imigração italiana podemos ver o maquinário que se usavam na época, uma replica dos primeiros vinhedos do imigrante, onde as sustentações do vinhedo eram todas feitas em madeira e a grande preocupação da Dal Pizzol em sinalizar cada pedacinho da historia com placas explicativas de forma que o turista possa sozinho explorar esse tesouro a céu aberto em forma de museu.

O ambiente criado é de contemplação, reflexão, meditação. Tudo no espaço na Dal Pizzol te convida a abrir um vinho, sentar na grama e simplesmente entrar em contato com a história e a alma desse lugar. 
Visitamos o Vinhedo do Mundo novamente, agora são 6000 metros quadrados, mais variedades já ultrapassando a meta inicial de 400 variedades, muitas bem novas que começarão a produzir em alguns anos. 
O vinhedo do mundo é como um jardim muito bem cuidado. Os olhos atentos do sr. Antonio diariamente passam pelo vinhedo a fim de perceber qualquer mudança, quaisquer alteração. Hoje muitas das videiras estão produzindo e a parceria com a  Embrapa permite que se façam micro-vinificações e fim de entender a aclimatação das vides, segundo o Sr. Antonio ocorrem anualmente cerca de 20 a 25 micro-vinificações. 
Nessa visita ao vinhedo do mundo tivemos a rara oportunidade de ver videiras com frutos em várias fases de maturação, é uma aula pratica sobre maturação precoce, mediana e tardia, e com certeza estaremos acompanhando de perto esse bailar dos frutos até a colheita!
 É surpreendente ver um projeto desses tão importante e tão pouco conhecido dos enófilos em geral. estar no Vinhedo do Mundo é ter a rara oportunidade de entrar em contato com a mais ancestral historia da vinicultura mundial, aliás, visitar o Parque temático da Dal Pizzol e como abrir um livro vivo da historia da viti-vinicultura.



Os vinhos da Vinicola são um caso  parte, excelentes e merecedores de um post só para eles! Mas basta dizer que a Dal Pizzol encerra 2013 com mais dois bons motivos para brindar:   a vinicola foi destaque na premiação Melhores do Ano 2013, organizada pelas equipes que trabalham nos projetos de promoção do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Além de ter sido a mais votada entre as vinícolas de médio porte, a Dal Pizzol também foi eleita pelo terceiro ano consecutivo como a empresa destaque do Projeto Imagem.

domingo, 8 de dezembro de 2013

LEVEDURAS ENCAPSULADAS

Na visita que fiz a Vinícola Valmarino algo me surpreendeu e chamou muito a minha atenção: a produção do espumante rosê, pelo método champenoise com o uso de leveduras encapsuladas. Nunca tinha visto tal artíficio e adorei a novidade. Segundo a explicação do Enólogo Marco Salton o método aporta mais cremosidade ao espumante e elimina a necessidade de remuage, pois em cerca de 15 segundos com a garrafa de ponta cabeça tem-se o líquido totalmente transparente a as leveduras todas acumulada no gargalo da garrafa, bastando então somente congela-lo, retirar as leveduras, adicionar licor de expedição, arrolha-lha definitivamente e voilá, tens pronto um espumante pelo método champenoise!
Um desvantagem segundo ele é o método é mais lento e perde-se o aporte de estrutura oriundo da autólise efetuada com leveduras livres, mas por outro lado as leveduras encapsuladas dão origem a espumantes mais frescos, sem o perigo de oxidação da cor e com maior estrutura aromática.
O resultado eu aprovei totalmente, é o delicioso e fresco espumante Valmarino Brut Rosê, elaborado com Pinot Noir e Sangiovese, um dos meus rosê preferidos!






Como sou curiosa e detalhista fui a caça de mais informações na internet e veja o que achei:

A tecnologia é portuguesa, foi a empresa PROENOL quem desenvolveu esse tipo de levedura.

INOVAÇÃO PROENOL
Fruto de duas década de investigação, a Proenol desenvolveu uma nova tecnologia para a utilização de microrganismos encapsulados em enologia - A Imobilização, tendo industrializado um processo, até então único no mundoAtualmente, quatro produtos inovadores estão ao dispor do enólogo para diferentes aplicações.

ProElif®  PRODUÇÃO DE VINHOS ESPUMANTES
É uma levedura encapsulada com dupla camada, especialmente desenvolvida para a realização da segunda fermentação na produção de vinho efervescente através do método clássico, eliminando a etapa de removimento. A introdução de uma determinada quantidade de leveduras encapsuladas Saccharomyces cerevisiae, variedade bayanus diretamente na garrafa, substitui a adição tradicional de leveduras livres, com enormes vantagens como a redução da mão-de-obra e do tempo de produção, eliminação da etapa de preparação do inoculo, a inoculação direta da levedura, bem como a remoção das leveduras poderá ser realizada rapidamente.

ProDessert®  PRODUÇÃO DE VINHOS DE COLHEITA TARDIA OU QUE SE PRETENDAM COM AÇÚCARES RESIDUAIS NATURAIS
Na vinificação de vinhos de colheita tardia, nem sempre é simples parar a fermentação quando se atinge o teor de açúcar pretendido. Na generalidade este bloqueio é obtido através do arrefecimento e/ou trasfega ao abrigo do ar, filtração e posterior adição de dióxido de enxofre (SO2 livre=50-60mg/L). A utilização de leveduras Saccharomyces cerevisiae encapsuladas facilita a remoção da levedura do vinho e consequente bloqueio da fermentação, sendo deste modo uma alternativa simples e eficaz para a produção deste tipo de vinhos.

ProMalic®  DESACIDIFICAÇÃO BIOLÓGICA
Schizosaccharomyces pombe é uma levedura que transforma o ácido málico em álcool. Esta levedura é uma boa alternativa à fermentação maloláctica e/ou à desacidificação química. Normalmente considerada levedura de contaminação, capaz de produzir aromas indesejáveis se permanecer demasiado tempo no vinho, depois de realizar a fermentação malo-alcoólica. A nova tecnologia de imobilização de microrganismos torna possível utilizar e controlar esta levedura, eliminando o problema do desenvolvimento de aromas secundários, tirando assim partido das suas qualidades.

ProRestart®  RESOLVER PARAGENS DE FERMENTAÇÃO
É uma levedura encapsulada em alginato (polissacarídeo natural extraído de algas) aclimatizada ao álcool e a outras condições difíceis. Estudos efetuados comprovam que as leveduras encapsuladas têm maior capacidade de adaptação ao álcool depois da secagem, do que as leveduras secas ativas livres. Reativar uma fermentação lenta ou parada com leveduras secas ativas requer a preparação do pé-de-cuba. A utilização de ProRestart® permite eliminar esta etapa por se tratar de um produto de inoculação direta.

Estes produtos estão validados no mercado e  atualmente são aplicados em países com forte tradição vitivinícola: Portugal, Espanha, Itália, Áustria e França. E outros como os Estados-Unidos, Canadá, Moldávia, Brasil, Uruguai e Argentina.

sábado, 16 de novembro de 2013

A profissão de sommelier


Publicada na Revista BEM MAIS OSASCO - Novembro 2013

O termo sommelier origina-se de somme/sommier, em provençal saumalier, isto é, o responsável pelos animais de carga, os bois que puxavam os carros usados no transporte de comida e bebida. Em resumo, o carroceiro dos castelos e palácios, que, por transportar as pipas de vinho, acabou sendo incumbido de provar seu conteúdo antes que fosse servido aos Reis e nobres, para evitar tentativas de envenenamentos durante o transporte.
Quando da popularização dos restaurantes em Paris, no final do séc. XVIII, convencionou-se que quem trazia ou transportava o vinho ficava com a obrigação de prová-lo, não só pelo motivo exposto Ac ima, mas também para garantir se o produto era de boa qualidade.
Assim, paulatinamente, nasceu a profissão como é conhecida hoje; o Sommelier é responsável pela escolha, compra, recebimento, guarda e pela prova do vinho antes que seja servido ao cliente.
O sommelier é o profissional que desempenha suas funções em restaurantes é conhecido como "o maitre das bebidas e dos charutos". Ou seja, o sommelier deve conhecer, para poder orientar seu cliente, sobre todo tipo de bebida, desde água, café, chás e muito especialmente bebidas alcoólicas. Atualmente, com o advento da fase dos charutos, voltou a fazer parte de suas atribuições.
A imagem do sommelier esta mudando. Se, durante muitos anos ele foi alguém que conhecia vinhos e sabia servi-los a perfeição, hoje lhe são exigidos habilidades e conhecimentos mais profundos e diversificados.
O serviço do vinho ainda é o aspecto mais fascinante dessa atividade, pois permite ao sommelier mostrar suas qualidades profissionais e também humanas.
Hoje é cada vez mais importante que o sommelier saiba criar e atualizar a carta de vinhos, fazer boas aquisições, administrar bem uma adega e controlar as finanças e o marketing da empresa para a qual trabalha.
Embora a experiência seja imprescindível, o sommelier nunca deve esquecer de que a informação atualizada é fundamental. A  profissão de sommelier exige estudo ininterrupto, pois ao se mudar a safra muda-se tudo. É indispensável que o profissional  tenha pleno conhecimento de Geografia, Historia e esteja sempre informado sobre o clima nas diversas regiões vitivinicolas.
Recentemente a profissão foi regulamentada no Brasil, através da Lei 12.467, de 26 de agosto de 2011, reconhecendo a importância desse profissional no setor de alimentos e bebidas. As mudanças virão mais a longo prazo. A regulamentação deve contribuir para a valorização da profissão, o que provavelmente trará maiores salários e benefícios, mas com a contrapartida de maior exigência em relação à formação profissional e a cursos complementares (conhecimento de idiomas, por exemplo), como já ocorre na Europa e nos Estados Unidos.
Para seguir nessa profissão que está em ampla ascensão é necessário gostar de atender o público, ser um apaixonado pelo vinho, ter humildade e determinação para seguir aprendendo, sempre. Com relação aos cursos, nos últimos anos houve grande crescimento na oferta, infelizmente nem sempre acompanhado pela melhora na qualidade do ensino, que continua sendo privilégio de poucas entidades e instituições reconhecidas como referências na área.

A ABS São Paulo é, hoje, uma das mais respeitadas, destacando-se por oferecer uma formação profissionalizante completa, desenvolvida tendo em vista a realidade do mercado brasileiro e as qualificações que se espera de um verdadeiro Sommelier. A ABS-SP oferece uma grade completa de cursos de formação e de especialização, ministrados por profissionais altamente qualificados, entre os quais alguns dos sommeliers mais respeitados em atividade no mercado, com muitos anos de experiência na área.

Fontes:
·         Site da ABS-SP

·         Livro:  Sommelier, a profissão do futuro.

OS VINHOS MAIS CAROS DO MUNDO

A ser publicado na revista BEM MAIS OSASCO - DEZEMBRO 2013

Desde sua criação o vinho sempre foi um produto nobre, destinado a poucos e desejado por muitos.  O vinho sempre carregou consigo um ar de realeza, luxo e ostentação.
Por conta disso é que temos hoje vinhos que são verdadeiras joias, que custam pequenas fortunas por uma só garrafa.  Parafraseando Robert Parker eu acredito que nenhum vinho deveria custar mais de US$ 100 , o que passar disso é pura especulação, porque então temos vinhos que passam da casa dos US$ 1.000? A resposta é uma só: Lei da oferta e da procura”.
Em meados da década de 80, o bilionário Malcolm Forbes pagou, num leilão, US$ 155.000 por uma garrafa de vinho. A garrafa continha um vinho de 1787 que, segundo diziam, pertencia à adega do presidente Thomas Jefferson (um grande amante de vinhos de Bordeaux). A garrafa foi colocada em demonstração, na posição vertical e sob um forte foco de luz. A rolha secou, caiu para dentro e o vinho perdeu-se.
Resumidamente, vinhos caros são elaborados apenas em safras  excepcionais, feitos a partir de processos rigorosamente definidos e sempre em pequena quantidade, inevitavelmente são capazes de resistir ao tempo, impreterivelmente reconhecidos e aclamados por críticos no mundo todo e  feitos por produtores de grande renome e tradição.
Veja abaixo alguns casos dos vinhos mais caros do mundo com seu preço aproximado em reais. “ cotação 2003 “.

ROMANÉE-CONTI (TINTO)
Região: França- Borgonha
Uvas: Pinot Noir
Preço aproximado: R$ 30.000,00
Sem dúvida, a Domaine de la Romaneé-Conti é a propriedade mais famosa da Borgonha. Em uma parcela de 1,8 hectare, se produz apenas 6 mil garrafas do famoso La Romaneé-Conti a cada safra. O vinho é marcado por elegância e sedosidade e está entre os mais procurados e desejados do mundo.

PÉTRUS (TINTO)
Região:  França- Bordeaux
Uvas:  Merlot (predominante) , Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc
Preço aproximado: R$ 18.000,00 
Produzido em Pomerol, o Pétrus é um dos tintos lendários de Bordeaux, ainda que não seja um Premier Grand Cru (não existe classificação oficial para os vinhos do Pomerol). O vinho apresenta potência, volume e taninos firmes, mas elegantes. Ele se tornou especialmente conhecido depois que a Rainha Elizabeth II se encantou com o vinho e ele foi servido em seu casamento e em sua coroação.

CHÂTEAU MOUTON ROTHSCHILD (TINTO)
Região: França-Bordeaux
Uvas: Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Merlot
Preço aproximado: R$ 15.000,00 
Desde o fim da II Guerra Mundial, os rótulos desse Premier Grand Cru são marcados por obras originais de artistas contemporâneos, convidados especialmente pela vinícola. Nomes como Salvador Dalí (1958), Joan Miró (1969), Marc Chagall (1970), Pablo Picasso (1973) e Andy Warhol (1975) já adornaram suas garrafas.


 CHÂTEAU LATOUR
Região: França-Bordeaux
Uvas: Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc
Preço aproximado: R$ 6.000,00 
Também um Premier Grand Cru, Latour tem o perfil clássico característico dos tintos da região de Pauillac, considerado por muitos o mais potente dos cinco Grand Crus. Uma garrafa magnum da safra de 1961, por exemplo, já foi vendida por US$ 62 mil. Uma curiosidade: por volta do século XVII, Lafite, Mouton e Latour pertenceram a um mesmo dono, o Marquês de Segur, dito "Príncipe dos Vinhos".

CHÂTEAU MARGAUX (TINTO)
Região: França-Bordeaux
Uvas:  Cabernet Sauvignon,  Merlot, Petit Verdot e Cabernet Franc
Preço aproximado: R$ 5.000,00
Junto com o Château Lafite, Margaux é o mais estiloso e aristocrático dos Premières Grand Crus. Poderoso e elegante, sua estrutura lhe garante grande longevidade. Gioacchino Rossini, um dos mais famosos compositores italianos de ópera chegou a compor uma canção em homenagem a este vinho.

CHÂTEAU CHEVAL BLANC (TINTO)
Região: França-Bordeaux
Uvas: Cabernet Franc e Merlot
Preço aproximado: R$ 5.000,00
Sem dúvida, um dos mais profundos vinhos de Bordeaux, classificado como PremierGrand Cru Classé A da região de Saint-Émilion. Cepas: Cabernet Franc e Merlot. Ganhou mais notoriedade no filme "Sideways" e também em "Ratatouille". Uma garrafa de 6 litros já foi vendida por mais de US$ 300 mil em leilão recente.

CHÂTEAU LAFITE ROTHSCHILD (TINTO)
Região: França- Bordeaux
Uvas:  Merlot, Petit verdot e Cabernet Franc
Preço aproximado: R$ 3.500.00
Classificado como o primeiro dos Premières Grand Crus em 1855, a pequena e elegante vinícola é sinônimo de riqueza, prestígio, história, respeito e é conhecida por produzir vinhos de notável longevidade. Uma garrafa de 1787 deste vinho já foi leiloada por US$ 160 mil.

CHÂTEAU HAUT-BRION (TINTO)
 Região: França-Bordeaux
Uvas: Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon
Preço aproximado: R$ 3.000.00
Haut-Brion é uma das mais antigas vinícolas de Bordeaux, com as primeiras referências datando de 1423. Único vinho fora da região de Médoc (fica em Graves), em Bordeaux, classificado como Premier Grand Cru em 1855. Considerado por diversos críticos como o melhor vinho dentre os cinco Premier Cru.

CHÂTEAU D'YQUEM (BRANCO DOCE)
 Região: França-Bordeaux
Uvas: Sauvignon Blanc
Preço aproximado: R$ 3.000.00
Indiscutivelmente, o melhor vinho doce da França. Rico, potente e exótico. Celebrado por escritores como Vladmir Nabokov, Fiodor Dostoievski, Marcel Proust, Júlio Verne, Alexandre Dumas Filho, etc. Produzido na sub-região de Sauternes, em Bordeaux, as uvas utilizadas na produção desse Premier Cru Supérieur são colhidas seletivamente, por vezes, uma a uma, sendo usadas apenas aquelas afetadas pela Botrytis cinerea.


A pergunta que não quer calar: Valem o que custam?  Particularmente posso falar do Chateaux Mouton Rotchileld safra 1975 (avaliado na época em cerca de US$ 7.500) que meu avôdrasto abriu só para nós dois..... a experiência de tomar um vinho somente um ano mais novo que eu e com um homem que eu admirava demais foi fantástica.... o vinho deixou saudades, lembranças, mas falando francamente e gustativamente não foi  o melhor vinho de minha vida, foi sim o mais inesquecível! E acho que isso que dá o valor ao vinho o fato dele marcar a sua alma e não ser esquecido jamais!

FONTE: Revista Adega

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

VINHEDO DO MUNDO

Tive a honra de visita-los e fiquei encantada com o Projeto da Dal Pizzol, denominado VINHEDO DO MUNDO! A meta é ter cerca de 400 variedades viníferas do mundo inteiro, um grande passo para estudos de aclimatação.
Um projeto parecido foi feito no Chile na era pré-philoxerica e foi a grande salvação da vinicultura mundial, pois depois da devastação da Philoxera na Europa muitas uvas só foram re-impladas em seus locais de origem por conta do projeto Chileno. 
Abaixo segue a matéria que copiei diretamente do site da Dall Pizzol




Dal Pizzol se prepara para a 3ª colheita simbólica no Vinhedo do Mundo
Único nas Américas, vinhedo reúne 164 variedades de 22 países. Projeto que deverá ultrapassar as 400 variedades, agora brinda a colheita com o Vinum Mundi 2012.
Quem visita o Parque Temático Dal Pizzol, na Rota das Cantinas Históricas, em Faria Lemos (Bento Gonçalves/RS), tem o privilégio de conhecer o Vinhedo do Mundo, um projeto lançado ainda em 2005 pela Dal Pizzol Vinhos Finos. Desde 2011, a vinícola realiza a colheita simbólica, celebrando a cultura do vinho e a solidariedade entre as nações representadas pelas 164 variedades de uvas de 22 países que hoje compõem o vinhedo. Em plena contagem regressiva para a 3ª colheita simbólica, programada para o dia 03 de fevereiro, a vinícola também cuida dos últimos detalhes do Vinum Mundi 2012, que chega para brindar a safra.
Único nas Américas, o Vinhedo do Mundo é uma coleção de variedades vitis do planeta. Em sete anos de trabalho, já são 164 variedades de videiras de 22 países, ocupando 0,7 hectare, mas a intenção é ultrapassar 400 variedades. Com a primeira colheita simbólica, realizada em 2011, resultou o Vinum Mundi, elaborado a partir da uva de 20 variedades, e que foi degustado no dia da colheita passada. Agora, será a vez de brindar a safra 2013 com o Vinum Mundi 2012, elaborado a partir de um gran assemblage com as 36 variedades colhidas em 2012.
A rotina da vinícola em torno do projeto tem sido acompanhar a evolução das uvas para definir quais poderão ser colhidas este ano. A proposta promete se tornar um dos ícones do mundo do vinho no Brasil. O objetivo é desenvolver as variedades neste pequeno espaço, acessível a aficionados, estudiosos e interessados, cuja colheita tornou-se a partir de 2012, num evento cultural do Instituto R. Dal Pizzol, entidade sem fins lucrativos que se destina a propagar e enaltecer as tradições e a civilização dos povos.
Não se trata, como consequência, de um vinho comercial, pelo contrário, a intenção é cultural, expressando e simbolizando a solidariedade dos povos e sua cultura. O acompanhamento e avaliação das potencialidades enológicas das uvas é feita através de um programa de vinificação desenvolvido junto com a Embrapa Uva e Vinho. A colheita simbólica integra a programação do Bento em Vindima.

Utilidades do Vinhedo do Mundo

• Referência cultural para a região vitivinícola;
• Fonte de observação e avaliações agronômicas e enológicas;  
• Satisfação de curiosidades; 
• Objetivo de interesse para aficionados do vinho; • Aprendizado e esclarecimento para apreciadores; • Fonte de estudo para escolas, professores e alunos das áreas pertinentes; • Atrativo turístico; • Ferramenta de Marketing e relacionamento; • Prestígio para a empresa e o Município; • Gerar um vinho para fins beneficentes; • Desenvolver programas de fraternidade entre os povos dos países representados pelas origens das videiras.

Dados técnicos do Vinhedo
 

Localização:
 
Altitude: 510 metros, latitude 29º 06.545’ S e longitude 51º 35.583’ WO.
 
Área: 7.000 m².
Parque Temático Dal Pizzol, Rod. RS 431 Km 5,3

Faria Lemos – Bento Gonçalves.

 Variedades: 164 Vitis Vinífera, originárias de 22 países.

Porta-enxertos predominantes: P1103 e SO4.

 Sistema de Condução: espaldeira
 Início do projeto: 2005

 Origem das plantas (Material vegetativo): Embrapa Banco de Germoplasma, Vitiplant, Almadén, Importações (Rauscedo, Cormóns) e outros.

1ª Colheita simbólica - Data: 12 de fevereiro de 2011
Variedades do Vinum Mundi Safra 2011: Orion (Alemanha), Basseri (França), Grillo (Itália), Palomino (Espanha), Arriloba (França), Viognier (França), Corvina (Itália), Rebo (Itália), Rondinela (Itália), Tinta Roriz (Portugal), Durif (França), Nero D’Avola (Itália), Caladoc (França), Bonarda (Itália), Lambrusco (Itália), Schiopettino (Itália), Merlot (França), Cabernet Sauvignon (França), Cabernet Franc (França), Ancellotta (Itália).
 

2ª Colheita simbólica – 11 de fevereiro de 2012
36 variedades de uvas de 17 países: Viognier (França), Tempranillo (Espanha), Corvina (Itália), Malbec (França), Baco (França), Nero D’Avola (Itália), Shyraz (Irã - Pérsia), Egiodola (França), Lambrusco (Itália), Rubi Cabernet (EUA), Malvasia Nera di Brindisi (Itália), Bonarda (Itália), Brunello di Montaltino (Itália), Sangiovese (Itália), Rebo (Itália), Moscato Embrapa (Brasil), Sylvaner (Áustria), Monuka (Afganistão), Pinotage (África do Sul), Tinta Roriz (Portugal), Tinta Madeira (Portugal), Touriga Nacional (Portugal), Periquita (Portugal), Palomino (Espanha), Pedro Ximenes (Espanha), Macabeo (Espanha), Dornefelder (Alemanha), Marselan (França), Lagrain (Tirol), Tintorera (Chile), Kiralyleanyka (Hungria), Molinara (Itália), Dattier de Beyrout (Líbano), Victoria (Romênia), Kyoho Hayakawa (Japão) e Ferral Alentejo (Portugal).

3ª Colheita simbólica – 03 de fevereiro de 2013
A definir.


Estação Meteorológica
 
Foi instalada em fins de 2012, junto ao Vinhedo do Mundo uma Estação Agraclimática, digital, automática, que registra e transmite online dados de 12 variáveis climáticas, entre leitura direta e calculadas. A estação se destina a formar um retrospecto do comportamento climático local e estabelecer correlações com a performance das principais variedades cultivadas no Vinhedo ao lado. Quem quiser, dispor e acompanhar os dados da estação poderá acessar pela internet: 
http://www.wunderground.com/weatherstation/WXDailyHistory.asp?ID=IRSBENTO2

domingo, 28 de julho de 2013

AVALIAÇÃO NACIONAL DE VINHOS



Tive a honra de ser degustadora na XVIII Avaliação Nacional de Vinhos, foi uma experiência maravilhosa, enriquecedora e que eu gostaria de poder repetir todos os anos, infelizmente os custos acabam se tornando altos para eu poder participar todos os anos, mesmo assim a vontade de ir anualmente é imensa!
Nesse post, repasso para vocês amigos do vinho, um texto do querido Christian Bernardi, talentoso enólogo que fala um pouco sobre esse maravilhoso evento!

TEXTO RETIRADO DO SITE DA ABE


"A vitivinicultura brasileira tem passado por uma grande renovação de conceitos e revolução de estilos de vinhos nos últimos anos. Este processo de reestruturação dos vinhos do Brasil ocorre de forma igual ao que vem acontecendo em todo o mundo. Ao admitir que os vinhos sofreram mudanças, compreendemos que os consumidores modificaram seus conceitos e sua visão sobre a qualidade e virtudes que um vinho deve ter.
 
Mas como tudo na vida moderna, esta rápida evolução só foi possível graças a uma comunicação eficiente. Além da elaboração de bons vinhos, aprendemos a conceituar e disponibilizar ao consumidor essas avaliações.
 
A Avaliação Nacional de Vinhos (ANV), idealizada e promovida pela Associação Brasileira de Enologia – ABE, é um capítulo particularmente importante na história recente da vitivinicultura brasileira. Criada em 1993, mantém até hoje seu objetivo original: avaliar e destacar os vinhos mais representativos e expressivos da última safra. Desta forma, a ABE sente-se um tanto responsável por fomentar e divulgar a crescente qualidade do vinho brasileiro.
 
Algumas particularidades distinguem a Avaliação Nacional de Vinhos dos inúmeros concursos que ocorrem pelo mundo. Sem desmerecer qualquer um deles, o trabalho desenvolvido por todos associados da ABE, faz da ANV um motivo de comentários positivos em todo o mundo vitivinícola.
 
Finalizada a colheita da uva, estando o vinho pronto ou em período de envelhecimento, as vinícolas inscrevem seus melhores vinhos para serem avaliados. A coleta dos vinhos é efetuada diretamente na vinícola, retirando do tanque, da barrica ou do estoque engarrafado, uma amostra, indiscutivelmente, representativa e idônea em relação aquele lote. Num trabalho em parceira com a Embrapa Uva e Vinho, estas amostras são identificadas e durante três semanas são degustadas por enólogos a fim de extrair de um total de mais de 300 amostras os 16 vinhos que irão representar a vitivinicultura brasileira em um evento para mais de 700 pessoas.
 
Esse trabalho preliminar de seleção de amostras é a base de tudo. Porém, é no dia da apresentação ao público que o vinho é colocado em destaque. Sempre realizada no final do mês de setembro na cidade de Bento Gonçalves, a Avaliação Nacional de Vinhos propõe uma degustação para 700 pessoas com toda estrutura de uma análise sensorial profissional. Além de fazer sua própria descrição do produto, o participante ouve os comentários de cada amostra feitos por um ilustre dos vinhos.
 
Ao longo dessas 15 edições, que este ano chega a 16ª, algumas inovações foram feitas. Aumento do número de amostras, inclusão de novas categorias, renovação de comentaristas e do público e o crescimento do número de empresas e da representatividade no Brasil. Tudo para manter a mesma filosofia de trabalho de 16 anos atrás, que prima pela qualidade do vinho brasileiro e seriedade com o consumidor, condição que se mantém até hoje.
 
Também pensando na divulgação dos nossos vinhos, a ABE apostou na realização simultânea, através de tele-conferência, de seu maior evento: a Avaliação Nacional de Vinhos. Pelo terceiro ano consecutivo a entidade estará realizando o evento em duas cidades ao mesmo tempo. Num sincronismo perfeito a degustação de um mesmo vinho ocorre exatamente no mesmo momento e os comentários alternadamente ilustram o vinho para ambos públicos. Dessa forma, a ANV foi a São Paulo (Safra 2006), ao Rio de Janeiro (Safra 2007) e neste ano irá para Curitiba, levando a imagem do vinho e dos vitivinicultores para todo o Brasil.
 
Por essas características a Avaliação Nacional de Vinhos consolidou-se como um dos principais eventos do setor vitivícola brasileiro, incentivando as vinícolas a produzirem vinhos cada vez melhores, atraindo os consumidores para a degustação e despertando no público geral a curiosidade à nobre arte de apreciar vinhos."
 
Avaliação em números:
Evento
Local
Amostras
Vinícolas
Participantes
I ANV – Safra 1993Bento Gonçalves
42
18
 160
II ANV – Safra 1994Garibaldi
74
23
 250
III ANV – Safra 1995Caxias de Sul
92
22
 300
IV ANV – Safra 1996Bento Gonçalves
98
24
 400
V ANV – Safra 1997Bento Gonçalves
132
27
 438
VI ANV – Safra 1998Bento Gonçalves
104
26
 488
VII ANV – Safra 1999Bento Gonçalves
152
35
 493
VIII ANV – Safra 2000Bento Gonçalves
175
39
 550
IX ANV – Safra 2001Bento Gonçalves
209
44
 570
X ANV – Safra 2002Bento Gonçalves
282
58
 593
XI ANV – Safra 2003Bento Gonçalves
292
63
 642
XII ANV – Safra 2004Bento Gonçalves
335
75
 648
XIII ANV – Safra 2005Bento Gonçalves
368
84
 685
XIV ANV – Safra 2006Bento Gonçalves/São Paulo
252
63
 900
XV ANV – Safra 2007Bento Gonçalves/Rio de Janeiro
260
61
 900
XVI ANV – Safra 2008Bento Gonçalves/Curitiba
318
62
800
 
Sr. Christian BernardiEnólogo
Vice-Presidente da ABE

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Uma certa uva chamada BOBAL......

Com a chegada de uma grande linha de vinhos espanhóis na Vieira Vinhos, tive minha curiosidade aguçada por uma uva desconhecida, uma casta chamada Bobal presente na maioria dos vinhos que recebemos da D,O.P. Riberal del Júcar.
Então, curiosa como sou fui pesquisar a novidade e trazer mais informação para vocês sobre essa nobre desconhecida (até então). Me deparei com um texto interessante na Wikipédia espanhola e me coloquei a traduzir e trago para vocês:

Bobal é ima variedade de uva tinra. é uma cepa rústica, resistente as variações climáticas e a pragas e muito produtiva. Seu grão é médio, redondo e cheio de sumo. Também conhecida como requena, espagnol, benicarlo, provechón, valenciana, carignan d'espagne, balau, balauro, tinto de requena, coreana, tonto de zurra, requenera, requeno, valenciana tinta, bobos, rajeno, bobale di Sapagna etc.
Com essa casta se elaboram excelentes rosados na zona de Utiel-Requena e cada vez melhores tintos, inclusive vinhos de guarda.
É uma variedade autóctone de Valencia, como denota seu nome original valenciano, Boval (de buey, provavelmente por sem grande tamanho). Desde sua na costa, de onde se tem notícias desde o século XIV, foi subindo até se estabelecer em comarcas interiores como a D.O. Utiel-requena, onde por sua onipresença passou a ser apontada como autóctone. Se planta também em Ribera del Júcar, onde seu plantio se tornou quase que majoritário.
É uma variedade mediterrânea resistente a secas e a praga oídio, mas é muito frágil a míldio. Muito produtiva devido ao tamanho de seus cachos que são muito grandes, compactos e pesados, tendo peso médio de cerca de 850 gr. O tamanho de seu grão é médio-grande, cerca de 3 a 5 vezes maior que um Cabernet.  as videiras tem porte rasteiro e folhas de bom tamanho que são duras e grossas, assim como os bagos da uva, que tem grande quantidade de tanino e antocianos. 
A casta se utiliza para fazer vinhos rosados, tintos jovens com boa acidez e aromas frutados, Mas seu grande potencial esta nos vinhos de guarda, devido ao seu corpo e estrutura, ainda que necessite de preparo do vinhedo cuidando da produtividade, garantindo a maturação da uva, dando assim condições de elaborar vinhos com boa acidez e taninos finos e aveludados.
O vinho elaborado com esta casta te coloração cereja, aroma de frutas vermelhas e boa acidez.
A casta  é a segunda uva mais plantada na Espanha.