Acabei de voltar do ENCONTRO DE VINHOS OFF, que se realizou na belíssima pizzaria Bendita Hora. Chegamos lá por volta das 14:00hs, ainda estava tranquilo, mas a hora que fomos embora, as 17:00hs estava lotando assustadoramente...
Assim que chegamos, fomos abordados de maneira muito simpática por uma senhorita que nos alertou que dentro de instantes haveria uma palestra de um produtor piemontes, seguido da degustação de seus vinhos mais significativos. e lá fomos nós para sala de palestras ouvir o enólogo italiano ( owner-winemaker ) Lorenzo Alutto da Azienda Agricola Ca'du Rabajà. Os vinhos apresentados no encontro ainda não tem importação no Brasil, são eles:
LANGUE MERIGGIARE ARNEIS DOC 2010 - muito interessante, cheio de aromas de flores, frutas e minerais, com excelente acidez e persistência, sem passagem em barricas de madeira, somente o frescor advindo de aço inox . Vinhedos jovens, 08 anos apenas.
DOLCETTO D'ALBA DOC 2010 - chama a atenção pelo aroma, mas aida estava muito jovem em boca.. deve evoluir bem por mais uns 02 anos. Vinhedos de cerca de 30 anos.
BRICCO DI NESSUNO BARBERA D'ALBA DOC 2009 - com excelente acidez, taninos macios e boa persistência, o vinho é elaborado com uvas provenientes de vinhedos de 30 a 80 anos,.
BARBARESCO CLÁSSICO 2008 - o vinho havia acabado de sair das barricas mas já se mostra muito interessante! Proveniente de vinhedos de 20 a 65 anos, plantado em uma das colinas onde melhor se adaptda a casta Nebbiolo. Esse vinho permanece de 18 a 20 meses em barricas de carvalho. Uma curiosidade é que a vinícola só trabalha com grandes tonéis de carvalho, o que garante microxigenação e evolução, porém não encobre o vinho com aromas de madeira excessiva. Um vinho impressionante!
BAROLO VIGNETI IN CASTIGLIONE FALLETO DOCG 2007 - sem sombra de dúvida o melhor Barolo do evento!!! Vinhas de 20 a 45 anos de onde o produtor tira por planta no máximo 2 quilos de uva. Concentrado, intensamente aromático, aromas florais, toques de frutas vermelhas silvestres, fumo, couro.... Taninos bem presentes, como se espera de um Barolo tão jovem, porém com elegância aveludada e cremosa. Como já ouvi dizer em algum blog por ai: "Deus engarrafado". Esse vinho estagia por 30 meses em barricas. O produtor o vende na Itália por 35 euros, no Brasil isso vezes 15x................... pois é, vai ser caro!
Saímos da palestra inebriados, no melhor sentido da palavra, pois degustamos com responsabilidade, afinal no evento estavam presentes 40 produtores, algo como mais de 400 rótulos, aqui postarei somente os mais significativos, mas nós provamos cerca de 30 rótulos, uma onda em um oceano.
No stand da importadora TAHAA provamos um Aglianico del Vulture maravilhoso, mas que não consegui anotar produtor, safra e outras informações pois uma consumidora final atravessou em minha frente e tomou toda a atenção do produtor como se somente ela estivesse lá..... Uma pena, pois o vinho era digno de ser compartilhado com vocês! Aliás quando você for a um evento fica a dica de sempre esperar para ser atendido, nunca atravessar quem esteja na sua frente, isso é muito deselegante e prejudica o trabalho de quem esta apresentando o produto. Nesse estande minha degustação acabou por ali, pois eu não ia ficar competindo com gente mal educada!
De lá fomos degustar um dos vinhos que mais nos impressionaram nesse evento, os vinhos do Libano, importados pela Auvin. A vinícola em questão, a MASSAYA, estão localizados no Vale do Bekaa, uma região de clima único e altitude perfeita. Nessa mesma região foi construida a 5.000 anos atrás um templo em homenagem a Baco.Os vinhos libaneses nos impressionaram muito! Intensos, aromáticos, unicos, maravilhosos e inesquecíveis! Vão demorar mais 03 meses para serem liberados para venda no Brasil, mas a espera valerá a pena, são vinhos muito, muito especiais! Os cortes desse vinho basicamente são das uvas do Rhone na França, só que com um toque a mais, oriundos do terroir libanês, o que ao meu ver, resulta em muito mais estrutura e aromas.
Fomos apresentados aos 03 rótulos da vinícola, são eles:
MASSAYA CLASSIC 2008 - esse vinho permanece somente 06 meses em barricas de carvalho francês, Elaborado com 60% Cinsaut, 20% Cabernet Sauvignon e 20% Syrah. O corpo é médio, muito sedoso em boca e com excelente acidez. Um vinho intensamente aromático, perfeito para ser degustado sem pressa e sem pretenções, daqueles que uma garrafa é pouco. Impressionante! deve chegar ao Brasil na faixa de R$ 70,00.
MASSAYA SILVER SELECTION 2006 - Um vinho com um pouco mais de corpo e um aroma rico, intenso, inebriante! Elaborado com Cinsaut, Grenache, Cabernet Sauvignon e Mourvedre, o aroma desse vinho é o ponto alto, seguido de boca intensa e eveludada, equilibrio perfeito entre taninos e acidez. Um vinho extremamente equilibrado e gostoso de tomar! Deve chegar ao Brasil com preço por volta dos R$ 100,00. Estagia 12 meses em barricas.
MASSAYA GOLD RESERVE - O top da vinícola. Aqui as uvas são a Cabernet Sauvignon, Mourvedre e Syrah. Os aromas são florais, mesclados a toques de fumo e couro. Na boca taninos ainda duros, implorando uma carne para doma-los, ou tempo em garrafa. O vinho estagia 18 meses em barrica. O vinho é fantástico e promete muito com mais tempo de envelhecimento. Cometemos um infanticídio, mas o que se há de fazer?
Certamente foi uma grata surpreza poder degustar uma linha de vinhos de tão alta qualidade, do mais simples ao top da vinícola. Os vinhos libaneses certamente marcaram nossa memória! Maravilhosos!
Depois foi a vez de provarmos uma curiosidade da Azienda Pietro Beconcini, um tempranillo da Toscana, elaborado com uvas já passificadas ao modo do Amarone. Um vinho supreendente e com uma história muito interessante: "uma uva desconhecida intrigava os moradores de San Miniato. Lá existiam as variedades tradicionais, mas aquele vinho elaborado com a variedade até então desconhecida brilhava mais que os outros. Precisou da descoberta dos exames de DNA para que a família Beconcini descobrisse que aqueles vinhedos antigos que foram replantados com o passar do tempo, eram de Tempranillo. Como a Tempranillo foi parar ali? Descobriram então que estavam no meio da Antiche Vie. Uma rota de peregrinos que ligava Roma a Santiago de Compostela, na Espanha. A propriedade comprada nos anos 50, pode então ter abrigado algum peregrino que por gratidão ou pagamento mesmo, deixou sementes da Tempranillo naquela terra de Chiantis. O vinho continuou com o nome IXE (X em latim para nomear algo que não se sabia ao certo de que se tratava)"
Saindo de lá maravilhados com o tempranillo italiano fomos enfim visitar nossos queridos amigos da Casa Valduga, a querida Jociane e meu querido ex companheiro de classe na ABS, Daniel Místico. O grande e esperado lançamento era o espumante Maria Valduga, com 48 meses de autólise, um espumante impressionante, do qual falarei com mais propriedade depois de prova-lo novamente amanhã na Expovinis.
Infelizmente não pudemos ficar muito tempo, pois nosso filhote nos esperava na saída da escola!
Parabéns ao Daniel Perches, um dos idealizadores desse evento, estava maravilhoso! Essa nova blogueira agradece de coração!
Amei, obg pelas dicas, e colocacoes, que vc fez....valeu, nao pude ir, mas quem sabe na proxima
ResponderExcluirOlá Luciana, qual é o seu email?
ResponderExcluirTenho blog também:cacaescobar@blogspot.com
Abs, Carolina.
Ola Caca, me e-mail é lu.sommelier@gmail.com
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