Por várias razões este blog ficou abandonado, mas há algum tempo eu planejava retoma-lo como prioridade, porém não conseguia encontrar um tema que pudesse reestrear com honras esse cantinho de paixão.
Durante o último mês um tema tomou conta do noticiário e deixou em polvorosa todo o mundo do vinho. Encontrei ai então um motivo mais do que especial para eu voltar a escrever. Vamos falar sobre um tema nada polêmico: o caso das vinícolas supostamente envolvidas com trabalho escravo.
Antes de mais nada quero me posicionar totalmente contra o boicote que esta sendo feito as 03 vinícolas e defendo a cada uma delas sem medo e garanto que a historia não é assim como estão falando.
Vamos falar um pouquinho da história tradicional e ilibada de cada uma dessas vinícolas?
SALTON
Fundação: 1910
Numero de empregos diretos: +- 600
A vinícola mais antiga em atividade no Brasil, além de conquistar o título de marca número 1 na preferência dos consumidores de espumantes no país (Wine Intelligence, 2022), é ainda a marca mais exportada de espumante brasileiro nos Estados Unidos. “Esse reconhecimento é fruto de um trabalho que se desenvolve há quatro gerações, envolvendo atualmente mais de mil famílias, entre colaboradores, produtores rurais e fornecedores em geral, cuja renda está diretamente ligada à Salton”.
AURORA
Fundação: 1931
Numero de empregos diretos: +- 600
Hoje, bem no coração de Bento Gonçalves, está a maior cooperativa vinícola do Brasil, com mais de 1100 famílias associadas, responsáveis pela produção média de 85 milhões de Kg de uvas (entre associados e terceiros), que resultam em aproximadamente 68 milhões de litros de vinhos anuais.
GARIBALDI
Fundação: 1931
Numero de empregos diretos: +- 200
Famílias Cooperadas: 430
Há mais de 90 anos, a Cooperativa Vinícola Garibaldi celebra o ofício que a transformou numa das mais reconhecidas marcas de vinhos, espumantes e sucos do país. Um trabalho que tem sua gênese na herança legada pelos pioneiros imigrantes responsáveis pela introdução da cultura da uva na Serra gaúcha – hoje símbolo de sua vitória na nova pátria.
São 430 membros e 201 funcionários, cultivando 1.050 hectares.
Como podem ver são todas vinícolas tradicionais e todas também com uma produção de vinhos bem grandes. Aposto que esses que estão ai atacando e difamando essas vinícolas nem sequer sabem o que é uma safra, nem tampouco devem ter pisado o pé dentro de uma cantina.
Durante quase todo o ano as Vinícolas se mantem com um numero x de funcionários, porém durante a safra o trabalho mais que triplica e o numero de funcionários não consegue suprir a demanda de colheita, recebimento e descarregamento de uvas. Todas as vinícolas, sem exceção, durante ao menos 3 meses no ano tem que contratar mão de obra auxiliar para essa época que praticamente beira o caos.
Cada vinícola escolhe a forma dessa contratação: muitas contratam funcionários temporários e outras lançam mão de empresas que terceirizam esse serviço e foi ai que tudo começou....
Essas empresas que terceirizam serviços não o fazem somente para vinícolas nos três meses de safra e sim grande parte desses “funcionários terceirizados” atendem durante TODO O ANO outras empresas como por exemplo os frigoríficos, e é engraçado a gente notar que ninguém falou disso, mas atacaram sem dó as vinícolas... Curioso isso não é?
Essa vinícolas injustamente atacadas sempre trabalharam com mão de obra terceirizada e todas sem exceção tratavam esses funcionários igualitariamente aos que são efetivos, Todos os terceirizados tiveram treinamento, EPIs, refeições e sobretudo respeito. E diga-se de passagem todas as vinícolas tem como base o respeito pela vida e pelo trabalho. Vinho é isso: respeito as tradições e a vida!
É decepcionante ver pessoas julgando vinícolas de tradição por um erro que não foi cometido por elas, pois elas simplesmente contrataram uma empresa terceirizada, que diga-se de passagem já prestava esse serviço aqui na serra há alguns anos.
Interessante também seria que nos perguntássemos porque essas denúncias não vieram a baila antes , uma vez que a maioria desses terceirizados já tinham participado de safras em outros anos e estão sempre lado a lado dos funcionários efetivos das vinícolas em clima de coleguismo e total liberdade?
Porque os frigoríficos não foram atacados com a mesma fúria insana que se voltou as vinícolas? Afinal, eles também trabalham com a mesma empresa e com o detalhe que não é somente temporário o trabalho desses terceirizados como nas vinícolas. Pois é..... acredito que as pessoas que atacaram tanto as vinícolas não estão a par de todos os detalhes e foram influenciados a espalhar essa cortina de fumaça injustamente difamatória. Minhas perguntas: Porque somente as vinícolas foram citadas? Que medidas estão sendo tomadas junto a empresa terceirizada? E por último e não menos importante o que querem mascarar com esse escândalo e a quem esse fato esta beneficiando?
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