Portugal sempre nos
surpreendendo..... dessa vez a região de Boticas em Trás-os-Montes, obusca certificação de um
vinho que ficou conhecido como Vinho dos Mortos. Os vinhos da região já são
reconhcedios desde 2001 como pela legislação como Vinho Regional Transmontano,
porem uma adega local busca o reconhecimento de seu vinho e a certificação de
Vinho dos Mortos por elaborar o vinho conforme tradição milenar oriumnda de
1808 época em que as tropas francesas,
comandadas pelo general Soult, invadiram pela segunda vez Portugal. Quando os
franceses invadiram a região, o povo, com medo que estes lhes pilhassem os seus outros bens, escondeu o que
conseguiu, uma das melhores formas era enterrar o que conseguição, portanto o
vinho foi enterrado no chão das adegas, no saibro, debaixo das pipas e dos
lagares. Mais tarde, depois dos franceses terem sido expulsos, os habitantes
recuperaram as suas casas e os bens que restaram. Ao desenterrarem o vinho,
descobriram com surpresa que o mesmo estava muito mais saboroso, pois tinha
adquirido propriedades novas. A bebida das garrafas estava com cor e sabor
“bouquet” ainda melhor, um vinho com graduação de 10º/11º, que tinha, então,
uma gaseificação natural em função da temperatura constante e da
escuridão. Por ter sido “enterrado”
ficou a designar-se por “Vinho dos Mortos” e passou a utilizar-se esta técnica,
descoberta ocasionalmente, para melhor o conservar e otimizar a sua qualidade.
Assim, nasceu uma tradição de “enterrar” o vinho pelo menos durante um ano, que
se foi transmitindo de geração em geração.
As uvas encontradas em
Vinho DOS Mortos são: Alvarelho, Bastardo, Malvasia Fina, Tinta Carvalha e
Tinta Coimbra. Alvarelho e Malvasia são
uvas brancas, mas o vinho final é um tinto de corpo leve e alta acidez.
Geralmente, o vinho termina em um nível baixo de
álcool por causa do clima do norte de Portugal e do medo do mau tempo na
colheita.
Hoje, o Sr. Armindo Sousa
Pereira, de Boticas, no distrito de Vila Real, é o único produtor registado
oficialmente para comercializar o "Vinho dos Mortos" .O produtor elabora cerca de 6.500 garrafas por safra que
ficam enterradas por cerca de 01 ano e garante que são todas vendidas
regionalmente.
Armindo Sousa Pereira não pensa, no momento, na exportação direta
porque não tem quantidade suficiente para aumentar sua produção. Tudo o que
produz consegue vender em Portugal e dessa forma visa "obrigar" os
turistas a virem a Boticas descobrir seu vinho impar
Antenado nessa estranha
tradição um produtor luso-brasileiro de São Roque-SP, a Quinta do Olivardo, resolveu fazer o seu próprio
Vinho dos Mortos. A principio junto aos parreiras da vinícola foram enterrados
06 lotes, com 60 garrafas cada. Agora, mensalmente, no terceiro sábado, é
realizado o jantar alusivo ao vinho dos mortos, onde os visitantes e clientes
da adega e restaurante são convidados a participar do cerimônia de desenterro
das garrafas de vinho. Também é dada a oportunidade ao turista de vivenciar
essa tradição, enterrando a sua própria garrafa, devidamente rotulada e
identificada. Os vinhos ficam enterrados por 06 meses, e a cada novo enterro é
desenterrado e consumido um lote de 06 meses atrás.
Os vinhos enterrados são
produzidos na própria vinícola que tem uma produção artesanal, que gira em
torno de 20 mil litros/ano, sendo integralmente comercializados na adega e
servidos no restaurante.
Maiores informações da
Quinta do Olivardo ligue (11) 4711-1100 .
MATERIA DE MINHA AUTORIA PUBLICADA NA REVISTA BEM MAIS
Luciana,
ResponderExcluirApenas como curiosidade. O escritor de vinhos e jornalista português José Salvador Ramos escreveu na sua obra "O livro dos vinhos" editado em 1989 que existe uma versão que afirma que esse nome de vinho dos mortos deve-se ao fato dos habitantes terem enterrado os vinhos durante as invasões francesas no cemitério local e desenterrado quando voltaram a cidade. E o autor do livro considerava esse vinho como morto sem futuro. Ainda bem que ele está sendo "ressuscitado" já que seu método de amadurecimento é curioso. E espero também que os vinhos de Colares que andaram quase sumidos também voltem a brilhar.
Aurelio
Aurelio