Aqui você já entra aprendendo, o feminino de sommelier é sommelière, então não estranhe o nome do blog e nem pense que está errado!
Resolvi criar esse blog como uma maneira de dividir informações preciosas com apaixonados pela arte de Bacco. Aqui vocês encontraram alguns textos meus e outros que eu garimpo por ai e julgo itneressantes para dividir com vocês!
Entre. leia, se apaixone e fique a vontade, a casa é sua!

domingo, 27 de outubro de 2024

DIA MUNDIAL DO CHAMPAGNE


 

O Dia Mundial do Champagne é comemorado no dia 28 de outubro. A data foi criada em 2007 pela Comissão Interprofissional do Champagne (CIC) para celebrar a história e cultura da bebida, além de promover o consumo responsável. 

Champagne, por definição, é um termo que só pode ser aplicado aos espumantes elaborados na região de 

mesmo nome na França, mas aqui , como forma de homenagem, vamos falar de todos os espumantes do 

mundo.

A lenda conta que o monge Dom Pérignon (1638-1715), responsável pelas adegas da Abadia de Hautvillers, descobriu o champanhe. Ele percebeu que, durante o inverno, os vinhos soltavam pequenas bolhas e ficou impressionado com o sabor da nova bebida. "Venham amigos, venham ver, estou bebendo estrelas!" Isso foi o que presumidamente o Monge beneditino Dom Pierre Perignon falou ao beber seu primeiro gole de champagne... Presumidamente, pois segundo a regra os monges beneditinos não podiam beber nada de álcool... (ih... melhor abafar o caso...) Dom Pérignon foi um monge do Mosteiro de Hautvillers, que aperfeiçou o denominado método champenoise, que foi inspirado em um antigo método de elaboração de vinhos borbulhantes em Limoux, sul da França.

O método champenoise é uma das mais nobres maneiras de se elaborar um vinho espumante e se baseia principalmente no fato de forçar uma segunda fermentação de um vinho-base dentro da própria garrafa.
Como se faz isso: Primeiro elabora-se um vinho base, pode ser com uvas tintas ou brancas. O mosto tem que ser proveniente de uvas não muito maduras, e o vinho-base depois de pronto não pode ter mais que 11º de alcool. Depois os vinhos podem ou não ser misturados, são colocados dentro de uma garrafa onde recebem a adição de liqueur de tirage (açucar de cana e leveduras) que vão produzir a segunda fermentação, criando dentro da garrafa um vinho com gás carbonico e mais alcool. O processo de tomada de espuma do método se dá pelo simples fato de que as leveduras adicionadas no vinho base se alimentam do açucar que também foi adicionado. O resultado disso é que essas mesmas leveduras se alimentam do açucar, tranformando-o em alcool e excretando gás carbônico, o gás sem poder sair (já que o ambiente é uma garrafa devidamente tampada) se dissolve no liquido ao seu redor criando assim um “vinho espumante natural”. Essa segunda fermentação dura em média 03 meses, depois disso as leveduras morrem pois não toleram níveis altos de alcool, porem algumas garrafas podem permanecer nas adegas por mais de anos, em contato com as leveduras mortas num processo que aumenta seu sabor e complexidade, conhedido como processo de autólise.

Depois do processo de autólise vamos para um processo chamado remuage, que consiste em forçar as leveduras mortas a se concentrarem no gargalo da garrafa a fim de serem eliminadas. Esse método dura cerca de 02 meses onde a garrada é girada diariamente em 1/8 de volta ao dia. Durante essa fase as garrafas são colocadas em cavaletes, chamados pupitres. Inicialmente as garrafas são colocadas na horizontal, e aos poucos vão sendo inclinadas até chegarem a posição vertical, onde todas as leveduras mortas estarão concentradas no gargalo da garrafa. Inicia-se então o processo de degorgement, onde os gargalos são congelados e as leveduras são retiradas deixando o vinho limpido e cristalino. Completa-se então a garrafa com o liqueur d’expedition, que conforme a quantidade determina se o espumante será nature, brut, demi-sec ou doux. Os espumantes elaborados pelo método champenoise são a regra na região de Reims e Epernay na França, e constituem a elite dos espumantes no resto do mundo. São chamados Sekt na Alemanha, Cava na Espanha e no resto do mundo podem ser chamados simplesmente espumantes. Champagne somente os oriundos da nobre região francesa (Reims e Epernay)

Um outro método usado na elaboração de espumantes é o Metodo Chamat. Aqui também temos a criação de um vinho base, porém, a adição do liqueur de tirage se dá em tanques de aço-inox, chamados auto-claves. A segunda fermentação pode durar de 30 a 60 dias. Depois o vinho é decantado, filtrado, adicionado de liqueur d’expedition e finalmente engarrafado e arrolhado. Os espumantes elaborados por esse método são mais ligeiros, menos complexos e custam muito menos que os elaborados pelo método champenoise. São espumantes para dia a dia, excelentes curingas e muito refrescantes. Exemplos clássicos são os Proseccos e grande maioria dos espumantes da América do Sul.

Um terceiro método de elaboração de espumantes é o Metodo Asti, desenvolvida em uma pequena sub-região da Itália. Consiste em elaborar espumantes por meio de uma única fermentação desenvolvida dentro de autoclaves. Geralmente esses vinhos são elaborados com a uva Moscatel, são naturalmente doces e tem baixa graduação alcoolica (menos de 8ºGL). O processo se dá em deixar que o vinho sofra fermentação em autoclaves, gerando o gás carbônico que se dissolverá no liquido, e ao atingir a graduação de 7º a 8ºGL o auto clave é abruptamente resfriado, matando literalmente as leveduras de frio. Com o “assassinato” das leveduras as mesmas deixam de transformar açúcar em álcool, deixando ainda uma grande parte de açucar residual no vinho, criando assim um espumante naturalmente doce. Os espumantes Moscatel, ou Asti são a companhia perfeita para sobremesas, frutas e bolos em geral.

Na minha opinião, espumantes são a bebida perfeita para todas as ocasiões e deveriam estar a todo momento em nossas mesas, boca e em nossos corações!



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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

O VINHO NO BRASIL E A SINDROME DE VIRA-LATA


 A vinicultura no Brasil é uma atividade que exige muita coragem e determinação. Apesar de o país ter um terroir privilegiado, com diversas regiões produtoras de uvas de qualidade, a produção de vinhos ainda enfrenta muitos desafios. Nesta seção do blog, vamos falar sobre os principais obstáculos que os produtores de vinho brasileiros enfrentam e como eles têm superado essas dificuldades.

As condições climáticas são um dos principais desafios da vinicultura no Brasil. O país tem uma grande variedade de climas, desde o tropical até o subtropical, o que torna difícil encontrar as condições ideais para o cultivo de uvas. Além disso, a chuva excessiva e as altas temperaturas podem prejudicar a qualidade das uvas e, consequentemente, dos vinhos produzidos. Para contornar essa dificuldade, muitos produtores investem em tecnologia e técnicas de manejo que ajudam a minimizar os efeitos do clima.

Outro desafio é a falta de tradição na produção de vinhos. Ao contrário de países como França e Itália, onde a vinicultura é uma atividade centenária, no Brasil a produção de vinhos é relativamente recente. Isso significa que muitos produtores ainda estão aprendendo as melhores práticas e técnicas para produzir vinhos de qualidade. Para superar essa dificuldade, muitos produtores têm investido em capacitação e troca de conhecimentos com produtores de outros países.

A burocracia também é um obstáculo para a vinicultura no Brasil. A legislação brasileira é bastante complexa e exige muitas exigências para a produção e comercialização de vinhos. Além disso, os impostos sobre o vinho são bastante elevados, o que torna a produção e a venda de vinhos mais caras. Para contornar essa dificuldade, muitos produtores têm buscado apoio de entidades governamentais e associações de produtores para tentar simplificar a legislação e reduzir os impostos.

A falta de reconhecimento internacional também é um desafio para a vinicultura brasileira. Apesar de o país ter produzido vinhos de qualidade, muitos consumidores ainda associam o Brasil apenas à produção de cachaça e outras bebidas alcoólicas. Isso torna difícil a exportação dos vinhos brasileiros e limita o mercado para os produtores nacionais. Para superar essa dificuldade, muitos produtores têm investido em divulgação e participação em eventos internacionais para mostrar a qualidade dos vinhos brasileiros.

Apesar dos desafios, a vinicultura no Brasil tem crescido nos últimos anos e tem conquistado cada vez mais espaço no mercado nacional e internacional. Com a determinação e a coragem dos produtores brasileiros, é possível superar as dificuldades e produzir vinhos de qualidade que representem a riqueza e a diversidade do terroir brasileiro. 

Mesmo assim nos deparamos com o preconceito e o desdém dos consumidores para com o vinho nacional. Trabalho em em uma grande vinícola que elabora vinhos em todas as faixas de preços e todos sem exceção tem como premissa a excelência em qualidade. Quase que diariamente ouço de algum cliente que nossos vinhos são caros e que encontra vinhos da mesma qualidade pela metade do preço dos nossos.... isso me entristece demais. Sim nosso vinho é caro por uma série de fatores e sobretudo pela super taxação de impostos que aqui temos, uma vez que vinho no Brasil não é considerado alimento como nos demais países com mais tradição vinícola. Mas no fundo, quando um cliente me diz que meu produto é muito caro eu gostaria de poder dizer que vinho não tem preço, vinho tem valor, vinho brasileiro tem alma e carrega consigo toda o heroísmo e determinação dos viticultores incansáveis e intrépidos que os elaboram.



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segunda-feira, 21 de outubro de 2024

O DILEMA DA TAMPA DE ROSCA NOS VINHOS

 

Foto: (Marcelo Copello/Vinoteca)
O estigma de que vinho com tampa de rosca nunca é bom, persiste infelizmente, mas a cada dia tenho mais provas de que ele é totalmente infundado e essa percepção vem mudando basicamente por dois motivos: primeiro a rolha de cortiça está ficando cara e pesando no custo final de vinhos mais baratos e segundo porque rolhas de cortiça contaminada têm causado perdas de 10 bilhões de dólares anualmente aos produtores de vinho. E quando o calo aperta é hora de trocar de sapato.

O vinho estragado pela rolha chama-se bouchonée e é reconhecido pelo seus aromas característicos de trapos mofados ou papelão molhado, que se sobrepõem a qualquer outro aroma que o vinho possa ter e o torna imbebível. Vem daí o ritual de se cheirar a rolha depois de abrir a garrafa.
Como exemplo de confiança no fechamento "screw-cap", os vinhos da Nova Zelândia tem mais de 70% da produção engarrafada com tampas de rosca garantindo que não haverá nenhum vinho bouchonée. Mas porque este ainda não é um grande movimento mundial?
A rolha é um produto fantástico, é flexível, trabalhável, impermeável no ponto e dizem que foi inventada por Don Perignon. Além do mais, sacar um rolha de um vinho tem lá seu ritual por mais banal que o momento seja. É um prazer e uma tradição. E como o mundo do vinho é feito de tradição, qualquer mudança é difícil, lenta e trabalhosa. Mas ela está acontecendo e nem tão silenciosamente assim. Muitos produtores, inclusive franceses, já estão estudando a possibilidade de trocar a rolha de cortiça pela tampa de rosca e fazendo testes com este tipo de engarrafamento e aceitação pelo mercado que acredito ser a principal barreira para a expansão dessas tampas.
Além da Nova Zelândia, a Austrália e os Estados Unidos estão engarrafando boa quantidade de vinhos usando tampas de rosca, principalmente brancos que em geral são feitos para serem consumidos rapidamente.
Há vários anos atrás, em evento com vinhos TOP da Austrália, dos 05 vinhos 04 deles eram de tampa de rosca, todos com preços entre R$ 180,00 e R$ 250,00, todos absolutamente perfeitos, inclusive um da safra 2004, logicamente fechado com tampa de rosca. E o único vinho que apresentou problemas era adivinhe qual? Sim! O vinho com rolha, a rolha estava extremamente ressecada e quebrou-se ao abrir!
Fica a dica então para que você reveja suas crenças caso seja um dos consumidores que tem preconceito com vinhos com tampa de rosca! 



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quarta-feira, 9 de outubro de 2024

A SUPREMACIA DO ESPUMANTE BRASILEIRO

 


 Nos últimos anos, os espumantes do Brasil têm se destacado em competições internacionais, ganhando prêmios e reconhecimento por sua qualidade e diversidade. O fato de estarmos tendo esse destaque em nada me surpreende, pois, só vai de encontro a tudo que eu percebi ao degustar minha primeira taça de espumante brasileiro, que no caso foi um espumante da CAVE GEISSE, há mais de 20 anos atrás. Aliás, naquela época em SP fui a responsável por divulgar, vender e a apresentar os espumantes dessa vinícola, o que só me trouxe orgulho e satisfação.


E quais são os fatores que fazem com que os espumantes brasileiros alcancem degraus cada vez mais altos?

São vários e vamos a eles:

Terroir Favorável: A Serra Gaúcha, com seu clima temperado e solo adequado, proporciona condições ideais para o cultivo de uvas de alta qualidade.

Métodos de Produção: A combinação de métodos tradicionais e modernos, como o método Charmat e o método clássico, resulta em espumantes com características únicas e complexas.

Inovação: Vinícolas brasileiras estão constantemente experimentando novas técnicas de vinificação e blends de uvas, ampliando a gama de estilos e sabores.

Reconhecimento Internacional: Os espumantes brasileiros têm sido bem recebidos em competições internacionais, consolidando sua posição no mercado global.

Acessibilidade: Muitas opções de espumantes brasileiros oferecem excelente relação qualidade-preço, tornando-os atraentes para consumidores em todo o mundo.

A supremacia dos espumantes brasileiros não é apenas uma questão de qualidade, mas também de identidade e inovação. À medida que mais pessoas descobrem e apreciam essas bebidas, é provável que o Brasil continue a se firmar como um importante produtor de espumantes no cenário global, e isso já vem se confirmando nas premiações em inúmeros concursos internacionais refletindo a crescente qualidade e diversidade da produção nacional.

Vinícolas brasileiras têm sido premiadas em competições renomadas, como o Decanter World Wine Awards, o Mundus Vini, e o Champagne & Sparkling Wine World Championships. Essas conquistas ajudam a elevar o perfil dos espumantes brasileiros no cenário global.

Algumas vinícolas que se destacam pelos excelentes espumantes são:

  • Cave Geisse
  • Casa Pedrucci
  • Adolfo Lona
  • Valmarino
  • Estrelas do Brasil

sábado, 5 de outubro de 2024

NO VINHO, VOCÊ É DE ESQUERDA OU DIREITA?

 


Calma, não vamos falar de política, mas sim de um assunto extremamente agradável: vinhos!

Na França temos grande e lindo rio e que tem em suas margens orientações distintas para tipos de uvas diferentes. As uvas plantadas às margens do rio Gironde representam uma fusão única entre a natureza e a tradição vitivinícola. Esta região, situada na região de Bordeaux, é conhecida por suas paisagens pitorescas e clima ameno, que proporcionam condições ideais  para o cultivo da vinha.

As margens do Gironde, com seus solos ricos em nutrientes e a influência moderadora das águas, criam um microclima perfeito para variedades de uvas como Cabernet Sauvignon, Merlot e Sauvignon Blanc. Essas uvas contribuem para a produção de vinhos renomados, especialmente os tintos encorpados e os brancos elegantes que caracterizam a famosa região de Bordeaux.

A viticultura ao longo do Gironde é marcada por técnicas tradicionais, passadas de geração para geração. Os vinhedos, com suas fileiras organizadas, são um espetáculo visual que se entrelaça com a cultura local. Os viticultores, apaixonados pelo seu ofício, cuidam meticulosamente das plantas, garantindo a qualidade das uvas que, após a colheita, se transformam em vinhos premiados.

Os vinhos de Bordeaux, em geral, são conhecidos por serem blends de castas. No entanto, a proporção das castas varia conforme a região.


PORQUE ESQUERDA E DIREITA?

O rio Gironde desce do Norte num formato de Y de cabeça pra baixo e se divide entre Dordogne e Garonne. Gironde, lá em cima no Norte, tem sua fonte nos Pirineus, na Espanha. A margem esquerda começa com Médoc e segue ao sul com Haut-Médoc, Saint-Estèphe, Paulliac, Saint Julien, Listrac-Médoc, Moulis e quando chega em Margaux é onde começa a divisão do Gironde em Garonne, do lado esquerdo, e Dordogne do lado direito.


MARGEM ESQUERDA E O DOMÍNIO DA CABERNET SAUVIGNON

Na margem esquerda, especialmente no Médoc, os solos, compostos por cascalho e argila, favorecem o desenvolvimento das raízes, garantindo que as uvas adquiram complexidade e caráter. As vinhas desfrutam de uma excelente exposição solar, crucial para a maturação dos frutos e clima mais úmido. nste terroir a Cabernet Sauvignon tende a prevalecer. Quase sempre dominante nas misturas, ela vai trazer muita estrutura aos vinhos, favorecendo a longevidade. Ela costuma ser complementada pela Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot.


CARACTERISTICAS:

Na margem esquerda, há uma combinação de dois tipos de solo com cascalho dos Pirineus, transportado pelo rio no final do período terciário, misturado com areia e solo aluvial, combinado com cascalho quaternário de Garonnaise ao longo da margem esquerda do estuário. Este tipo de solo é encontrado principalmente na região de Haut-Médoc.

O outro terroir, encontrado em Moulis, Listrac e Saint-Estèphe, por exemplo, é predominantemente argila e calcário, uma combinação de solo denso e de pedras, que ajuda a regular o estresse hídrico da videira ao redistribuir a água subterrânea coletada durante a estação chuvosa. Esses solos produzem vinhos bem estruturados, ricos em taninos.

Além disso, o traço característico da paisagem do Médoc são suas ondulações suaves, com o ponto mais alto de 43 metros em Listrac-Médoc. Seu relevo é complexo, composto por uma sucessão desses afloramentos de cascalho com vista para as terras baixas do estuário e dos pequenos riachos que fluem para dentro do Gironde. Ou seja, a parte de cascalho é onde as vinhas mais prosperam na margem esquerda, e a Cabernet Sauvignon se dá melhor nesse tipo de solo.


OS VINHEDOS:

Na margem esquerda ficam denominações dentro do Médoc, Graves e Sauternes. O Médoc tem oito denominações que incluem duas sub-regiões (Médoc e Haut-Médoc) e seis comunas (Saint-Estèphe, Pauillac, Saint-Julien, Moulis en Médoc, Listrac-Médoc e Margaux). Na região de Graves e Sauternes há, Barsac, Cérons, Graves, Péssac-Léognan (esta duas com subdivisões) e Sauternes.

Os vinhedos do lado esquerdo são também o lar de várias propriedades históricas e castelos, que se tornaram ícones do vinho, como Château Margaux e Château Lafite Rothschild. Esses lugares não apenas produzem vinhos excepcionais, mas também atraem visitantes de todo o mundo, seduzidos pela beleza da paisagem e pela rica herança cultural.

Chateau-Lafite-Rothschild


CHATEAU MARGAUX



MARGEM DIREITA E O DOMÍNIO DA MERLOT

As uvas plantadas do lado direito do rio Gironde, são conhecidas principalmente por sua produção de vinhos excepcionais, especialmente tintos, a partir de variedades como Merlot e Cabernet Franc. Este lado, que inclui denominações famosas como Saint-Émilion e Pomerol, é reconhecido pela sua diversidade de terroirs e pelo caráter distinto de seus vinhos.

Os solos da margem direita são geralmente mais argilosos, o que favorece o cultivo de Merlot, que se adapta bem a essas condições. A Merlot é a variedade predominante nesta região, proporcionando vinhos mais suaves e frutados, com taninos aveludados. Já a Cabernet Franc, embora em menor quantidade, também é muito apreciada por sua complexidade e frescor, frequentemente utilizada em cortes para enriquecer os vinhos.


CARACTERISTICAS:

Os vinhedos do lado direito tendem a ficar localizados em planaltos. Os solos desses platôs são formados de cascalho mais ou menos compacto na superfície, com presença de argila e areia. Os subsolos, especialmente no Pomerol, contêm óxidos de ferro, que são chamados na região “sujeira de ferro”.

A área de Saint-Émilion, por exemplo, consiste em um platô de calcário ao redor da cidade. Um vasto terraço de leitos de cascalho com argila siliciosa se estende em direção a Libourne, com as colinas e vales de calcário argiloso e a planície de cascalho arenoso do vale do Dordogne.

Uma grande variedade de solos se desenvolveu em duas formações geológicas que deram à região um relevo característico: da era terciária (argila siltosa, muitas vezes calcária) e da era quaternária (cascalho e/ou areia).

Lá, a presença de argila é quase constante nos subsolos mesmo quando há muita presença de calcário, o que favorece o acesso das vinhas à água e o fato de a Merlot se adaptar melhor aqui deve-se à maturação precoce e sua preferência por solos frescos com textura de argila, nos quais ela pode expressar seu potencial.


OS VINHEDOS:

 A margem direita compreende denominações como Canon Fronsac, Castillon – Côtes de Bordeaux, Francs – Côtes de Bordeaux, Fronsac, Lalande-De-Pomerol, Lussac-Saint-Émilion, Montagne Saint-Émilion, Pomerol, Puisseguin Saint-Émilion, Saint-Émilion e Saint-Georges-Saint-Émilion.
As vinhas do lado direito do Gironde são cercadas por paisagens encantadoras, com vilarejos pitorescos e castelos históricos. O prestígio de propriedades como Château Pétrus e Château Ausone, entre outras, destaca a importância cultural e econômica da viticultura nesta área. Esses vinhos são frequentemente aclamados por críticos e colecionadores, tornando-se verdadeiros tesouros.

CHATEAU AUSONE

CHATEAU PETRUS





REFERÊNCIAS:
  •  https://forbes.com.br/colunas/2021/05/carolina-schoof-centola-bordeaux-margem-direita-e-esquerda/
  • Revista Adega
  • Google Acadêmico
  • Wikipédia

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

VINHO E SAÚDE: Benefícios do consumo para as mulheres de meia idade.



Cientistas descobriram que o consumo de vinho é benéfico para mulheres mais velhas, que são mais propensas aos problemas ósseos. O consumo diário de uma taça aumenta a densidade dos ossos e estimula o processo de restauração do tecido.
O organismo humano passa por um processo de regeneração de células que diminui com o passar do dos anos. Em mulheres mais velhas esse efeito é acentuado, por causa da menopausa e da redução da produção do estrogênio, um dos responsáveis pelo efeito de restauração.
Estudos recentes feitos pela Universidade de Oregon acompanharam 40 mulheres, que tomaram diariamente um copo de vinho e logo depois de abstiveram durante um período. As analises mostraram que o sangue 'sóbrio' tinha uma quantidade maior de marcadores moleculares, que indicam a destruição das células.
No dia após a análise, essas mulheres voltaram a ingerir vinho, e foi feita outra análise que mostrou uma redução rápida da concentração dessas moléculas.
O vinho também ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais, conhecidos popularmente como AVC, além de aumentar a qualidade de vida em homens e mulheres.
Dito isto, vamos agora abrir uma garrafa para brindar?