Aqui você já entra aprendendo, o feminino de sommelier é sommelière, então não estranhe o nome do blog e nem pense que está errado!
Resolvi criar esse blog como uma maneira de dividir informações preciosas com apaixonados pela arte de Bacco. Aqui vocês encontraram alguns textos meus e outros que eu garimpo por ai e julgo itneressantes para dividir com vocês!
Entre. leia, se apaixone e fique a vontade, a casa é sua!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

NO VINHO NINGUÉM É DIABO!!!


Tomei a liberdade de transcrever esse texto do Luiz Horta (coluna Paladar) pois o achei DIVINO!!!


Um brinde com Luiz Horta

* No vinho, ninguém é diabo

A guerra acabou. Não uma daquelas de homens matando homens, que parecem ser da terrível lógica da história. Mas a batalha boba que dividiu os vinhos em dois: os naturais e os outros. O maniqueísmo vinícola atingiu o auge com a comédia Mondovino. Jonathan Nossiter, mestre manipulador de ideologias e artesão da mesa de edição, santificou alguns produtores e demonizou outros. Os santos, como todo mundo sabe, são os que fazem vinhos de que ele gosta. E tais vinhos são orgânicos, biodinâmicos e naturais.

No filme, Michel Rolland, belzebu master, comandava o lado escuro da força, impondo um estilo padrão mundo afora, contra a pureza dos vinhos primevos e virginais feitos quase sozinhos pela dádiva da natureza.

Pois bem, visitando a Casa Lapostolle, no Chile, de onde saem os renomados Clos Apalta, descobri uma coisa: a vinícola é certificada como totalmente biodinâmica pelo Demeter, o mais importante instituto que zela por tais princípios no mundo. O Demeter foi criado em 1927, seguindo o ideário estabelecido pelo próprio educador Rudolf Steiner, o pai da agricultura bio.

A Casa Lapostolle é 100% biodinâmica - com o selo Demeter, reforço. E seu enólogo consultor se chama Michel Rolland. Não um homônimo, mas o diabo de Mondovino em pessoa. E agora? Alguém esteve mentindo esse tempo todo. Como explicar? A guerra acabou, uma batalha que nunca houve, inventada pela propaganda cinematográfica panfletária do filme. Há vinhos bons, médios e ruins. Há vinhos imponentes e vinhos simples. O que não existe é vinho maldito e vinho imaculado. Deixemos tais conceitos para as religiões e bebamos sem tanto preconceito. A ideologia não é boa na taça.

domingo, 12 de junho de 2011

GOLDBRIDGE PINOT NOIR - Nova Zelândia


Faz tempo que estou com esse vinho na adega para degustar. Um Pinot Noir da Nova Zelândia preço excelente, restava saber se era um achado em custo benefício.

Safra 2009 - 13.5 % de alcool

Aromas primários animais, bem caracteristicos da casta, depois abrindo em frutas vermelhas, lírio e toques levemente defumados. O aroma desse vinho, aliás, impressiona logo de cara, é complexo, intenso, extremamente agradável e esta sempre em evolução!
Na boca uma untuosidade de taninos, um exelente equilibrio entre taninos, alcool e acidez e uma looooooonga persistência, coisa rara hoje em dia.
Não achei ficha técnica dele, nem a importadora se preocupou em oferece-la.... mas arrisco no máximo 06 meses de barrica para no máxímo 50% do vinho. Dos vinhos que degustei dessa importadora (Ruby Wines) é o único que posso dizer com certeza que me encantou.

sábado, 4 de junho de 2011

WINE GOURMET SHOW

Pois é, com aguns dias de atraso vou postar minha opinião sobre o Wine Gourmet Show, feira de vinhos e alimentos das Importadora Casa Flora e Porto a Porto.
O evento aconteceu em São Paulo, dia 02 de junho no Hotel Unique. Chegamos por volta das 14:15hs e ainda estava bem tranquilo. A disposição das mesas no salão seguia a sequencia do livro de degustação entregue na entrada, isso facilita muito para uma degustação bem feita. iniciamos pelos brancos e espumantes.
Alguns brancos roubaram atenção: Fleur du Cap Unfiltered Sauvignon Blanc 2008, maravilhoso Africano de aromas exóticos de frutas tropicais, lichia....inesquecível em nariz e em boca! O vinhedo sofre a poda verde para acentuar os aromas de fruta. Colheita manual, batonnages periódicas (levantamento dos sedimentos).
O preço inviabiliza um pouco, na faixa de R$ 100,00.
Outro que surpreendeu pela acidez, elegancia e refrescância foi o argentino Alfredo Roca Reserva De Família Chardonnay, que pretendo colocar em breve na loja.
A espanhola Gramona também arrazou com suas maravilhosas cavas, mas o que me encantou mesmo foi um branco tranquilo elaborado somente com a casta Xarel-lo, o Gramona Font Jui Xarel.lo, um branco intenso em sabores, muito diferente do que estamos acostumados a tomar.
Portugal reserveou surpresas em vinhos brancos, na Provam, especializado em brancos todas as opções degustadas eram excelentes! custo benefício total era o Portal do Fidalgo, um corte de 70% Alvarinho e 30% Trajadura um verde de alta classe com preço de verde genérico!
Um capítulo a parte foi o Nossa da Felipa Pato, apresentado por sua irmã, a hiper simpática Luisa Pato. O vinho faz juz ao nome e um gole e dizer NOOOOOOSSSAAA, que vinho maravilhoso!!! Esse é um corte de bical e encruzado, de pequena produção. São duas uvas brancas que consideram do melhor que pode ser feito no país e encontraram uma vinha muito bonita no Dão, perto de Caramulo, uma zona fresca capaz de fazer vinhos com uma ótima acidez e uma produção muito baixa por videira. É um vinho mais íntimo para ser consumido a dois. Foi um vinho que, ano passado, a Jancis Robinson considerou o melhor branco de Portugal!


Tabém participamos de uma palestra de Denis Dubordieu, conhecido como o mago dos vinhos brancos, um mestre no terroir de Bordeaux. Dele tomamos um tinto e dois Sauternes fantásticos:

Depois que saimos da palestra do Dubordieu tivemos a impressão de ter entrado em outro salão.... nunca vi nada tão lotado! Igual a Estação da Sé as 18:00hs. Esse foi o único ponto falho no Wine Goumet Show, muita gente para pouco espaço! A degustação ficou quase impraticável. Então pegamos o caderno e começamos a eliminar os produtores que ja conheciamos e centrar somente nas novidades que realmente nos interessavam para serem colcadas na loja, com isso restringimos bem nossa degustação e teriamos que tomar menos cotoveladas....
Iniciamos o ciclo dos tintos então. Primeiro os vinhos da Africa do Sul, especialmente:
PLAISER DE MERLE - GRAIN PLAISER: Um corte impressionante de Cabernet Sauvignon (40%), Petit Verdot (18%), Malbec (6%), Cabernet Franc (15%), Shiraz (15%) e Merlot (6%).Aromas de cair para trás, boca untuosa, intensa, taninos sedosos, um grande e maravilhoso vinho!
Outro que chamou atenção pela excentricidade foi o Nederburg Ingenuty Red (um corte de uvas italianas Sangiovese / Barbera / Nebbiolo) Interessante demais porém sem argumento de vendas. Imaginou eu falando para um cliente levar um vinho de quase R$ 100,00, sulafricano elaborados com uvas italianas? Sem noção né! Mas o vinho é muito interessante mesmo!!!
Entre os argentinos dois da Alfredo Roca em breve estarão disponíveis na Vieira Vinhos: Alfredo Roca Reserva De Família Pinot Noir e Alfredo Roca Reserva De Família Bonarda, excelentes custo benefício!
No Chile o destaque foi Santa Carolina Specialties Carignan Dry Farming, que na minha opinião ofuscou até o vinho Ícone da casa, o Herência, que aliás me decepcionou... anos luz do excelente e carnudo Carmin de Peumo da concorrente Concha y Toro.
Espanha arrasou com o Marqués de Tomares Doña Carmen Reserva feito com 90% da uva Graciano com 18 meses em barricas novas de Carvalho francés, mais 24 meses em garrafa, um vinho de uma elegância indescritível!

Itália, meu cantinho do mundo preferido no mundo do vinho.... Deliciosos nectares que foram degustados com imenso prazer!
O destaque ficou por conta do Lucarelli, um Primitivo elaborado de vinhas velhas é um daqueles vinhos que a gente toma e agradeçe a Deus pela existência das uvas.
Outros degustados no mesmo stand e que merecem destaque e espaço nas prateleiras da loja são:
  • Vesevo Beneventano Aglianico IGT
  • Caldora Yume Montepulciano D´Abruzzo Doc
  • Catullo IGT Tinto
  • SUD Primitivo

Para finalizar nosso trabalho fomos degustar os vinhos portugueses da Carmim, destaque para o Monsaraz Premium, outro daqueles de beber ajoelhado!
Conversar com enólogo da Carmim foi uma lição, comentei com ele minha paixão pela Alicante Bouchet e ele empolgou a falar da casta. Descobri o porque do Alicante, apesar de ser uma casta francesa, não se dar bem na França; Alicante Bouchet é uma casta que a se deparar com umidade dispara a produção gerando vinhos diluídos. No Alentejo a região é muito seca então a casta se sente a vontade gerando vinhos em todo seu explendor, a exemplo do Carmim Alicante Bouchet , um dos meus preferidos e raros Alicantes vinificados como varietal.

Participamos depois de nossas degustações de uma excelente palestra da Maison Deutz, só champagnes!!!

Ouvindo o presidente da Maison Fabrice Rosset, falar das maravilhas da região e do método refinado e cuidados de trabalho da Deutz na elaboração de champagnes tops pudemos degustar 3 ícones:
  • Cuvée William Deutz Branca
  • Blanc de Blancs
  • Amour de Deutz 1995: Robert Parker – 96 Pontos

Valeu Casa Flora! Foi uma excelente oportunidade para selecionar novos rótulos para nossos queridos clientes!