Tomei a liberdade de transcrever esse texto do Luiz Horta (coluna Paladar) pois o achei DIVINO!!!
Um brinde com Luiz Horta
* No vinho, ninguém é diabo
A guerra acabou. Não uma daquelas de homens matando homens, que parecem ser da terrível lógica da história. Mas a batalha boba que dividiu os vinhos em dois: os naturais e os outros. O maniqueísmo vinícola atingiu o auge com a comédia Mondovino. Jonathan Nossiter, mestre manipulador de ideologias e artesão da mesa de edição, santificou alguns produtores e demonizou outros. Os santos, como todo mundo sabe, são os que fazem vinhos de que ele gosta. E tais vinhos são orgânicos, biodinâmicos e naturais.
No filme, Michel Rolland, belzebu master, comandava o lado escuro da força, impondo um estilo padrão mundo afora, contra a pureza dos vinhos primevos e virginais feitos quase sozinhos pela dádiva da natureza.
Pois bem, visitando a Casa Lapostolle, no Chile, de onde saem os renomados Clos Apalta, descobri uma coisa: a vinícola é certificada como totalmente biodinâmica pelo Demeter, o mais importante instituto que zela por tais princípios no mundo. O Demeter foi criado em 1927, seguindo o ideário estabelecido pelo próprio educador Rudolf Steiner, o pai da agricultura bio.
A Casa Lapostolle é 100% biodinâmica - com o selo Demeter, reforço. E seu enólogo consultor se chama Michel Rolland. Não um homônimo, mas o diabo de Mondovino em pessoa. E agora? Alguém esteve mentindo esse tempo todo. Como explicar? A guerra acabou, uma batalha que nunca houve, inventada pela propaganda cinematográfica panfletária do filme. Há vinhos bons, médios e ruins. Há vinhos imponentes e vinhos simples. O que não existe é vinho maldito e vinho imaculado. Deixemos tais conceitos para as religiões e bebamos sem tanto preconceito. A ideologia não é boa na taça.
Um brinde com Luiz Horta
* No vinho, ninguém é diabo
A guerra acabou. Não uma daquelas de homens matando homens, que parecem ser da terrível lógica da história. Mas a batalha boba que dividiu os vinhos em dois: os naturais e os outros. O maniqueísmo vinícola atingiu o auge com a comédia Mondovino. Jonathan Nossiter, mestre manipulador de ideologias e artesão da mesa de edição, santificou alguns produtores e demonizou outros. Os santos, como todo mundo sabe, são os que fazem vinhos de que ele gosta. E tais vinhos são orgânicos, biodinâmicos e naturais.
No filme, Michel Rolland, belzebu master, comandava o lado escuro da força, impondo um estilo padrão mundo afora, contra a pureza dos vinhos primevos e virginais feitos quase sozinhos pela dádiva da natureza.
Pois bem, visitando a Casa Lapostolle, no Chile, de onde saem os renomados Clos Apalta, descobri uma coisa: a vinícola é certificada como totalmente biodinâmica pelo Demeter, o mais importante instituto que zela por tais princípios no mundo. O Demeter foi criado em 1927, seguindo o ideário estabelecido pelo próprio educador Rudolf Steiner, o pai da agricultura bio.
A Casa Lapostolle é 100% biodinâmica - com o selo Demeter, reforço. E seu enólogo consultor se chama Michel Rolland. Não um homônimo, mas o diabo de Mondovino em pessoa. E agora? Alguém esteve mentindo esse tempo todo. Como explicar? A guerra acabou, uma batalha que nunca houve, inventada pela propaganda cinematográfica panfletária do filme. Há vinhos bons, médios e ruins. Há vinhos imponentes e vinhos simples. O que não existe é vinho maldito e vinho imaculado. Deixemos tais conceitos para as religiões e bebamos sem tanto preconceito. A ideologia não é boa na taça.